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Maputo -

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Um mês depois da passagem do Ciclone IDAI pela região centro do país, Moçambique poderá sofrer, nos próximos dias, novos efeitos resultantes de tempestades severas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), uma tempestade tropical severa poderá atingir, a partir desta terça-feira (23), o Canal de Moçambique, prevendo-se que a mesma atinja a costa da região norte da província de Cabo Delgado e o sul da Tanzânia, a partir do dia 26 (sexta-feira).

 

Num comunicado de imprensa, emitido no final desta manhã, o INAM afirma ter-se formado um sistema de baixas pressões a norte de Madagáscar, que poderá atravessar o Canal de Moçambique a partir de amanhã (23), e espera-se que o mesmo evolua podendo atingir o estágio de tempestade tropical severa ao aproximar a costa norte de país nos próximos dias, afetando a região norte de Cabo Delgado e sul de Tanzânia.

 

Segundo o Chefe de Departamento de Previsão de Tempo, Acácio Tembe, ainda não há certezas se o sistema irá atingir o país, mas devido as águas superficiais do Canal de Moçambique que estão acima de 28º Celcius, “as condições são propícias para a evolução deste sistema”.

 

“Se isso acontecer, teremos a evolução desse sistema para tempestade tropical. Poderá tornar-se tempestade severa ou poderá atingir a categoria 3, que é um ciclone tropical”, esclareceu Acácio Tembe, falando à imprensa,esta segunda-feira, a margem da reunião do Conselho Técnico de Gestão de Calamidades.

 

O INAM garante estar a monitorar a evolução desse sistema, pelo que a partir desta terça-feira irá começar a emitir os avisos em relação a situação.

 

“Emitimos o comunicado só para mostrar as pessoas que existe uma coisa formada e que pode afectar o nosso país. Neste momento, os ventos estão fracos, mas olhando para as projecções e trajectória, até dia 26, esse sistema poderá aproximar-se a costa de moçambique com ventos de 120 a 140 km/h e chuvas a ultrapassar 100 mm”, disse a fonte, sublinhando que as chuvas poderão atingir também a província de Nampula.

 

O INAM esclarece ainda que a época ciclónica continua activa na região austral até ao mês de Maio, pelo que há necessidade de nos mantermos em alerta.

 

Por sua vez, o porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Paulo Tomas, garantiu que a instituição está preparada para uma eventual tempestade, por isso, irá difundir a informação que for partilhada, através dos seus conselhos técnicos de gestão de calamidades a nível provincial e distrital, de modo a que as comunidades possam se organizar.

 

Referir que a última tempestade tropical severa que atravessou o país (Ciclone IDAI) afectou 1.514.662 pessoas, tendo causado 603 óbitos, 1.642 feridos e destruído diversas infra-estruturas sociais e económicas, cuja reconstrução necessitará de mais de 500 milhões de USD, segundo o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane. (Abílio Maolela)

Um mês depois da passagem do ciclone IDAI pela zona centro do país, a empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) diz serem necessários 120 milhões de USD para uma reposição definitiva e a longo prazo da energia elétrica naquela região, com particular enfoque na capital provincial de Sofala, Beira. Falando, esta quarta-feira (17), em Maputo, o porta-voz da EDM, Luís Amado, disse que o valor sairá dos próprios fundos da empresa, mas sem descartar o apoio dos parceiros e do Governo.

 

A EDM diz que, neste momento, a reposição da energia eléctica na Beira e municípios circunvizinhos é de 50%, um nível que, para ser alcançado, acarretou a empresa e parceiros, 21 milhões de USD. Segundo Amado, o valor serviu para a reposição da energia e rede de comunicações, para além de ter sido aplicado na reabilitação dos edifícios da empresa que não escaparam à fúria do IDAI.

 

De acordo com o porta-voz da EDM, neste momento, prosseguem os trabalhos visando a reposição definitiva da energia eléctrica no centro do país, estando o seu término previsto para daqui a 60 dias.

 

No entender da EDM, os impactos causados pelo IDAI irão comprometer a meta de 200 mil novas ligações estabelecida para este ano. Em causa está o facto de os recursos financeiros, humanos e materiais que deveriam ser usados em acções de cumprimento das metas estarem, neste momento, a ser alocados na reposição da energia no centro do país. (Evaristo Chilingue)