O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM) declararam, esta segunda-feira (02), eventual possibilidade de apoiar países que realmente se sentem muito atingidos pelo coronavírus (Covid-19), epidemia que surgiu na China, em Dezembro do ano passado.
A informação tornou-se pública na última terça-feira (03), em Maputo, através do representante do FMI em Moçambique, Ari Aisen. O FMI acredita que, com o surto daquela epidemia, novas incertezas emergem à economia global, o que possibilitará nova revisão, em baixa (depois da primeira em Janeiro passado), das perspectivas de crescimento mundial, fortalecimento do Dólar americano e queda dos preços das principais mercadorias, devido ao forte papel da China na economia global.
O delegado do FMI, em Moçambique, explicou que a decisão daquelas instituições financeiras da Bretton Woods visa ajudar a recuperar os países cujo crescimento económico poderá ser revisto em baixa pelo efeito da epidemia.
“Os países que possam ser afectados forte e desproporcionalmente pelo vírus, obviamente o FMI pode agilizar certos instrumentos para poder apoiá-los para suprir as suas necessidades por causa desse choque”, afirmou Aisen.
Falando a jornalistas, à margem de um seminário subordinado ao tema “Conjuntura e Perspectiva Macroeconómicas e seu Impacto nas Empresas - Perspectivas para 2020”, Aisen explicou que, de entre vários instrumentos de apoio financeiro, o FMI tem o Crédito de Facilidade Rápida, um empréstimo ágil que visa apoiar países que entram em dificuldades imprevisíveis. Lembrou que foi a este instrumento que a instituição recorreu no ano passado para mitigar o impacto dos ciclones Idai e Kenneth.
Todavia, em relação a Moçambique, aquele delegado do FMI frisou que ainda não há razões para pânico, porque o país ainda não é afectado pela epidemia, senão manter a serenidade e monitoria do impacto do Covid-19.
“Tenho certeza de que o Banco de Moçambique, os Ministérios da Saúde e Economia e Finanças com apoio de parceiros, esses elementos estão a ser muito bem analisados. E, o importante neste momento é assegurar que Moçambique esteja bem preparado para enfrentar algo que ainda não chegou e oxalá não chegue”, acrescentou Aisen.
Estatísticas globais sobre o impacto da epidemia que, para além da Ásia, assola também Europa, América e África apontavam até ontem o registo de mais de 94 mil casos confirmados, pouco mais de 3 mil mortes, perto de 60 mil sobreviventes e 81 territórios afectados.
Devido ao contínuo alastramento da epidemia pelo mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou, na última sexta-feira (28 de Fevereiro), o nível de alerta, bem como o risco de dispersão e de impacto pelo mundo, de “alto” para “muito alto”. (Evaristo Chilingue)