Mais de 2.500 pessoas, vítimas da Tempestade Tropical ANA, que se encontram refugiadas no vizinho Malawi desde Janeiro último, serão repatriadas a partir de hoje, de acordo com informações avançadas ontem à STV, pelo Administrador do distrito de Morrumbala, João Nhambessa.
As vítimas, lembre-se, são provenientes dos distritos de Morrumbala (Zambézia) e Mutarara (Tete) e escalaram o distrito de Nsanje, no Malawi, em Janeiro último, devido aos efeitos causados pela Tempestade Tropical Ana, que matou mais de 18 pessoas nas províncias de Nampula, Zambézia e Tete.
Trata-se, na verdade, de uma viagem que, no lugar de trazer conforto às famílias, agudizou a sua desgraça. Bolsas de fome foram reportadas nos diferentes centros que acolhiam os refugiados, perante a incapacidade do Estado moçambicano em prover produtos de primeira necessidade às vítimas.
Em entrevista à STV, o Administrador de Morrumbala, que lidera a comitiva, garantiu que os passos definidos para o regresso das vítimas estavam a ser cumpridos. “Temos toda a garantia de que chegaremos a bom porto para que os nossos concidadãos estejam no seu próprio país e fazer as suas actividades”, afirmou.
A fonte sublinhou ainda estarem criadas todas as condições para acomodação da população, desde a demarcação de terrenos até à abertura de furos de água, acções que contam com o apoio do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da Organização Internacional das Migrações (OIM).
Dados avançados pela STV indicam que, em Morrumbala, na província da Zambézia, foram demarcados 2.318 talhões para acomodar mais de 1.600 vítimas da Tempestade Tropical ANA, que se encontravam no Malawi. (Carta)