Mais de 150 professores da Escola Secundária da Manga, na província de Sofala, e um número não especificado da Escola Secundária Nelson Mandela, na província de Maputo e da Escola Secundária Eduardo Mondlane, na cidade de Maputo, decidiram boicotar a correcção dos exames, enquanto não receberem as horas extras em atraso desde 2022.
No caso da Escola Secundária da Manga, os professores alegam que existe um grupo que não vê o valor das horas extras nas suas contas desde 2020, mas mesmo assim, o governo continua a cometer abusos contra a classe.
No entanto, os professores afirmam que, enquanto não forem pagos os valores em dívida, não farão mais horas extras a partir do próximo ano, visto que perdem noites de trabalho e fazem sacrifícios que o governo não reconhece.
Na Escola Secundária Nelson Mandela também ocorreu o mesmo cenário. Os professores decidiram manifestar-se nesta quinta-feira, em frente à escola, exigindo que o governo pague o que lhes deve para que possam corrigir os exames.
“Esses ladrões já nos estão a habituar há muitos anos. Temos feito as horas extras mesmo sem receber e sempre procuramos garantir o conhecimento aos nossos alunos. Entretanto, este governo não valoriza o nosso esforço”, afirmam.
“Temos acompanhado que o governo está a pagar as horas extras a um grupo específico de professores, enquanto somos muitos na lista. Então, desta vez, quem coloca as regras somos nós: ou dinheiro nas contas e professores corrigindo os exames, ou os alunos ficarão sem notas e sem conhecer a sua situação académica”, prometeu a classe.
Já na Escola Secundária Eduardo Mondlane, na cidade de Maputo, além de boicotar o processo de correcção dos exames, os professores decidiram não assistir aos alunos durante a realização dos exames da segunda chamada, destinados aos alunos que não conseguiram realizar a primeira chamada.
Face à situação, a direcção da escola foi obrigada a transferir os seus alunos para realizar os exames na Escola Secundária Francisco Manyanga, onde o processo ocorreu normalmente. Entretanto, o silêncio do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) em relação ao pagamento das horas extras continua a preocupar a classe, numa altura em que o ano está prestes a terminar. (Carta)