Organizador da excursão para Magude afirma que nunca prometeu festival de carne

21 de May, 2025

Escrito por Carta

O Chirras Papos e Feeling, entidade organizadora da excursão para Magude, província de Maputo, realizada no último sábado, nega ter enganado os cidadãos com a promessa de um festival de carne, sublinhando que até o panfleto divulgado indicava claramente que “se tratava de uma excursão”.

Representado por Francisco Chirrime, funcionário dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), o Chirras Papos e Feeling mostrou-se ainda mais surpreendido ao tomar conhecimento de alegações, segundo as quais teria enganado 400 pessoas, quando, na verdade, apenas 210 participaram da excursão.

“Inicialmente, pretendíamos realizar a excursão com um grupo de 50 pessoas (amigos próximos com quem costumamos partilhar jogos de futebol), mas acabou por ser amplamente divulgada e, no fim, levámos 210 pessoas. É verdade que se registaram alguns problemas no início da viagem. Alguns dos que compraram bilhetes para viajar em carruagens de segunda classe acabaram por viajar de pé ou em carruagens de terceira classe, o que causou confusão desde a nossa partida da Estação Central dos CFM até sensivelmente Marracuene”, explicou Francisco Chirrime.

“A viagem custou 500 meticais para ida e volta e mais outros 500 meticais (opcionais) para alimentação. Das 210 pessoas, cerca de 70 aderiram ao pacote de alimentação. Foi aí que começaram os problemas: ao chegarmos aos locais indicados pela Administração de Magude, muitas pessoas que não tinham pago o pacote infiltraram-se no espaço reservado para o almoço dos que haviam pago.”

Contudo, ao chegar ao Kossas Bar, local onde seria servido o almoço, ficou claro que não havia condições para receber tantas pessoas, facto que a organização desconhecia.

Segundo a fonte, o Kossas Bar dispunha apenas de um fogão para preparar carne para as 70 pessoas que estavam lá para almoçar, o que gerou alguma confusão. Alguns excursionistas almoçaram mais cedo, outros tiveram de assar a própria carne, e outros ainda recusaram a refeição por não consumirem carne de vaca, exigindo alternativas como frango.

Além disso, outras pessoas que não pagaram o pacote conseguiram almoçar, aproveitando-se da confusão que se gerou. “É verdade que as pessoas comeram mal e aproximadamente 15 pessoas que pagaram pela alimentação acredito que nem conseguiram comer. Parte da comida só ficou pronta quando já nos preparávamos para regressar. Foi realmente uma situação lamentável. Reconheço a falha”, reconheceu Francisco Chirrime.

A fonte também pediu aos lesados para aproximarem-se ao Chirras Papos e Feeling para que possam ser ressarcidos pelos danos. “No próprio dia, algumas pessoas reclamaram e devolvemos o valor do almoço. Se houver mais alguém, que apareça, em vez de nos chamarem de burladores sem nos confrontar directamente.”

Chirras Papos e Feeling aproveitou ainda para expressar a sua profunda insatisfação pelo roubo, durante a excursão, de um dos seus instrumentos de trabalho (uma coluna JBL e um microfone), usados para comunicar com os participantes.