Vários cidadãos exortaram o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, para moderar o seu discurso sobre os ataques terroristas na província.
Em declarações à “Carta”, disseram que não faz sentido o governo afirmar que a insegurança está controlada, enquanto no decorrer deste mês foram registados ataques contra as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e ruandesas nos distritos de Macomia e Muidumbe, além do ataque à aldeia Ntotwe, em Mocímboa da Praia.
“Como é possível o governador dizer que a situação está estável quando continuam a ocorrer ataques contra forças moçambicanas e ruandeses? Então, não entendo como ele pode afirmar isso”, comentou Salimo Assane, vendedor informal.
“Há poucos dias, as estradas foram encerradas. Depois, há relatos da presença de terroristas em Mocímboa da Praia, bem como em Messalo, no distrito de Muidumbe, e noutros locais. Então, quando o governo diz que tudo está controlado é inaceitável”, frisou Mário Alberto, motorista de transporte semi-colectivo, vulgo “chapa-cem”.
As reacções surgem após o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, ter afirmado no sábado (17), durante a cerimónia de lançamento da campanha de comercialização agrícola em Metoro, distrito de Ancuabe, que a província está a caminho de uma estabilidade definitiva, dando como exemplo a sua viagem de Pemba até ao local.
Quem também considerou que o terrorismo está controlado em Cabo Delgado foi o comandante provincial da PRM, Fiquir Nyito, embora tenha reconhecido que ainda há incursões em distritos como Mocímboa da Praia, Macomia, Muidumbe, entre outros.
Nyito afirmou que a situação do terrorismo em Cabo Delgado é relativamente calma e controlada, apesar das incursões relatadas em alguns distritos.
“A situação do terrorismo na província é considerada relativamente calma e controlada”, disse a fonte.
O comandante provincial da PRM em Cabo Delgado reforçou que, diante desse cenário, as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas, bem como as de Ruanda e Tanzânia, continuam no terreno para estabelecer a ordem, a segurança e a tranquilidade públicas.