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Pelo menos 5.037 pessoas, das mais de 30 mil que haviam abandonado o posto administrativo de Mucojo, no distrito de Macomia, devido aos ataques terroristas que assolaram aquela região de Cabo Delgado, regressaram às suas aldeias de origem desde Dezembro passado.
Mucojo, de onde são originários alguns integrantes dos grupos terroristas, foi totalmente abandonado e permaneceu por mais de um ano sob ocupação dos militantes do Estado Islâmico. O local guarda memórias indeléveis dos combates entre as forças governamentais e os insurgentes.
Actualmente, as famílias vivem sob a protecção das Forças Armadas do Ruanda, enquanto vão retomando a pesca, o comércio informal e caça. No entanto, as famílias enfrentam problemas relacionados com a ausência de serviços básicos como saúde, educação, falta de energia eléctrica, abastecimento de água potável, entre outros.
Neste sábado, um ano e quatro meses depois, o governador de Cabo Delgado voltou a visitar Mucojo. Além de avaliar a situação de segurança, manteve encontros com a população na sede da localidade de Pangane, uma região frequentemente visada pelos terroristas.
Na ocasião, Valige Tauabo apelou à colaboração da população com as Forças de Defesa e Segurança, e reiterou o perdão das autoridades àqueles terroristas que se entregarem voluntariamente.
Por sua vez, os regressados exigem o fim dos ataques terroristas, possibilitando a retoma das actividades normais e a provisão de serviços essenciais. Um residente de Mucojo-sede relatou à “Carta” que, em Março passado, três terroristas, dois dos quais provenientes da aldeia Milamba, no posto administrativo de Quiterajo, entregaram-se voluntariamente às forças do Ruanda.
