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Os residentes da sede do posto administrativo de Metoro e da aldeia Nanona, ambos localizados ao longo da Estrada Nacional Número 14, no distrito de Ancuabe, em Cabo Delgado, viveram uma noite de pânico no último sábado, após ter sido encontrado um corpo decapitado e abandonado.
Fontes disseram que a vítima, uma mulher que aparenta ter 30 anos de idade, cuja identidade não foi revelada, foi encontrada abandonada a meio do caminho por um grupo de camponeses que ia às suas machambas. “Foi aqui perto. Encontraram uma mulher morta, mas não sabemos quem é, porque as pessoas também não a conhecem”, disse Mário Salvador, um morador local.
“É verdade, foi encontrado um corpo sem vida, é de uma mulher e, até ao fim da tarde, ninguém o removeu. Isso faz com que aqui e lá em Nanona tenhamos medo, na verdade, não se dormiu”, comentou outro residente, acrescentando que “no local foram vistas peugadas de sapatos, então pensamos que são terroristas”.
Tanto em Metoro como em Nanona, foram acolhidas várias famílias provenientes de Nacole, Mahegane e outras aldeias recentemente atacadas por terroristas. Para os moradores, a situação torna-se preocupante porque há dias o distrito de Ancuabe viveu sucessivos ataques terroristas que forçaram o abandono da população de certas aldeias.
“Embora as famílias que estão na sede de Metoro e nas regiões de Nanjua e Marrocane estejam voltando às suas aldeias, isso não deixa de nos preocupar, porque parece que os terroristas não estão longe”, acrescentou Momade Alawe, afirmando que habitualmente os terroristas passam a poucos quilómetros sempre que querem ir do lado de Chiúre.
Refira-se que, desde finais de Março, a onda de insegurança agravou-se no distrito de Ancuabe, onde pelo menos 15 mil pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
