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22 de Abril, 2025

Profissionais da saúde denunciam abandono do MISAU

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Os profissionais da saúde denunciam abandono por parte do Ministério da Saúde (MISAU) e prometem agravar medidas da greve em curso. Em conferência de imprensa realizada esta segunda-feira (21), a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) alega que, desde o início do diálogo com o Governo em 2023, tem enfrentado resistência por parte das autoridades, que têm lançado falsos argumentos, alegando ter cumprido com todas as reivindicações.

A APSUSM lamenta o facto de até hoje o Governo não ter resolvido os problemas constantes no seu caderno reivindicativo. “O MISAU tem continuamente difundido a retórica de que apenas queremos fazer barulho, como se estivéssemos a falar de situações que não ocorrem nas Unidades Sanitárias”, diz Anselmo Muchave, Presidente da agremiação.

“Esta narrativa, segundo a qual, os pagamentos das horas extras e de outros subsídios aos profissionais estão em dia até parece verdadeira. Mas, isso tem uma explicação simples: os dirigentes do MISAU não frequentam as nossas Unidades Sanitárias. Contudo, o povo sabe e sente na pele o que é ter o braço do seu filho ‘embrulhado’ em papelão porque não há gesso”, destacou.

Apesar do que consideram um abandono por parte do Governo, os profissionais de saúde prometem recorrer a todos os meios legais para forçar o Governo a agir em prol da saúde pública. Por outro lado, o grupo ameaça agravar as medidas da greve em curso desde semana passada.

Actualmente, a greve dos profissionais da saúde consiste em interromper o atendimento público aos pacientes após as 15h30m, bem como nos feriados e fins-de-semana. “Na presente greve, tivemos a adesão de 80% dos profissionais de saúde, incluindo a suspensão dos turnos. Contudo, esta semana poderemos agravar ainda mais as medidas, até à retirada total dos profissionais de saúde das unidades sanitárias”, sublinha Muchave, ameaçando prolongar os dias da greve, para além de 30 dias.

Questionado sobre a situação interna da associação, Muchave garante que não existe qualquer problema entre os associados, tal como tem sido propalado por alguns órgãos de Comunicação Social.

Por seu turno, a Primeira-Ministra, Benvida Levi, garantiu esta segunda-feira que o Governo está a dialogar com os profissionais de saúde e frisou que nem todos aderiram à greve.

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