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17 de Abril, 2025

Profissionais de Saúde divididos: Nem todos vão aderir à greve convocada pelo Presidente da APSUSM

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A Associação dos Profissionais de Saúde (APSUM) convocou para hoje o início de mais uma greve à escala nacional. No entanto, o grupo encontra-se dividido: enquanto alguns afirmam que vão aderir à greve, outros opõem-se à medida. Esta divisão deve-se, sobretudo, à falta de esclarecimento por parte do presidente sobre o andamento das negociações com o Governo.

“Queremos saber o que ele tem negociado com o Governo, porque tem escondido essa informação aos associados. Sempre que o presidente se senta à mesa de negociações com o Governo, temos notado que a preocupação é mais com o próprio estômago do que com a classe”, disse uma das fontes anónimas que contactou o nosso Jornal.

Segundo a fonte, boa parte dos associados está insatisfeita com as atitudes do presidente da associação, Anselmo Muchave, alegadamente por tomar decisões unilaterais.

Na última greve, diz um dos associados, muitos colegas foram transferidos para zonas remotas, e o presidente demonstrou pouca preocupação.

“A sua única preocupação é que o Governo lhe entregue os nossos 1% de quota obrigatória”, destacou a fonte.

Neste contexto, alguns profissionais da saúde afirmam que não vão aderir à greve, alegando que o próprio presidente da associação não respeita a classe e nem se preocupa em resolver os problemas dos associados.

“Porque é que havemos de fazer greve, se ele volta e meia vai negociar com o Governo nas nossas costas e em benefício próprio e nem dá nenhum relatório”, questionaram os associados, afirmando que ele obrigou o Governo a descontar 1% do nosso salário mensalmente e agora que já recusaram esses descontos, ele está irritado.

“Exigimos novas eleições na associação, para que possamos indicar o nosso presidente”, vincaram as fontes.

Os profissionais de saúde filiados na APSUM insistem que o presidente está a convocar a greve por interesse pessoal.

“Estamos firmes, não vamos aderir a nenhuma greve. Que o Anselmo faça a greve sozinho ou com aqueles que querem partilhar com ele o valor de 1% que exigem que o Governo desconte dos nossos salários. Ultimamente tem-se comportado de forma descontrolada. Tem ameaçado vários membros da associação e movido providências cautelares contra associados que discordam dos seus ideais ou da sua forma de actuação”.

Entretanto, o director nacional adjunto do Ministério da Saúde, Manuel Macebe, disse nesta terça-feira (15), à televisão privada STV, que ainda não houve contacto com a APSUM, no sentido de evitar a greve que se inicia hoje.

“Estamos preocupados em resolver os problemas que inquietam este grupo. Por exemplo, a questão do subsídio de risco já foi resolvida para toda a classe e já adquirimos o fardamento dos 42 mil profissionais de saúde, que era outra preocupação”, afirmou.

Mas o presidente da APSUSM, Anselmo Muchave, reitera que a greve irá acontecer, uma vez que “como presidente, foi ele quem a decretou”.

“O presidente decretou e vai se cumprir. Mesmo na época das manifestações em contestação aos resultados eleitorais, nem todo o mundo participou”, concluiu.

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