Chama-se Leia Wate, tinha 34 anos de idade e foi morta na casa do seu namorado, no bairro da Polana Caniço “B”. Após o crime, o jovem enterrou o corpo da vítima no quarto e saiu para celebrar o dia 7 de Abril, aparentemente aliviado. A fotografia da jovem começou a circular nas redes sociais, o que levou a família a não descansar até encontrá-la.
Segundo informações partilhadas pelo proprietário da residência onde o jovem tinha arrendado a casa, o homicídio ocorreu no sábado, dia 5 de Abril, dois dias antes da celebração do Dia da Mulher Moçambicana.
“Nesse dia, quando o casal chegou, ligou a aparelhagem e pôs música com volume muito alto. Não conseguíamos ouvir nada por causa do barulho. Por volta das três da madrugada, o jovem saiu de cuecas para abrir a porta. A minha esposa, desconfiada, abriu a janela para ver quem estava a entrar ou sair e viu o jovem a espreitar a rua”, relatou o proprietário.
Mais tarde, a esposa chamou a atenção do jovem para fechar a porta, o que acabou por fazer. Na manhã seguinte, ela procurou entender o motivo daquele movimento durante a madrugada. O jovem mentiu, dizendo que a sua companheira tinha saído para comprar cerveja e nunca mais voltou, suspeitando que tenha fugido dele.
Contudo, os moradores começaram a desconfiar do comportamento do jovem, que passou a limpar a casa de forma atípica: lavou as mantas, retirou o colchão e justificou a movimentação dizendo que havia um rato que cavou um buraco no quarto, pedindo até cimento à família, que acreditou na história.
A família da jovem apareceu mais tarde à procura dela e os moradores explicaram que não a tinham visto naquela manhã.
Uma amiga da vítima contou que o jovem levou a namorada no sábado à noite e, desde então, esta desapareceu. No domingo, os familiares decidiram arrombar a porta do quarto, onde encontraram o jovem escondido debaixo da cama. Quando questionado, permaneceu em silêncio.
Na segunda-feira, ele foi visto a celebrar o Dia da Mulher, com um ar tranquilo, como se nada tivesse acontecido. Já na terça-feira, perante a insistência da família da vítima, o jovem começou a relatar uma história confusa, o que levou uma das irmãs de Leia a invadir o quarto e a descobrir o local onde o corpo estava enterrado.
Confrontado novamente, o jovem alegou que os estragos no quarto tinham sido causados por ratos. Segundo relatos, esta seria já a segunda companheira do jovem a ser vítima de situação semelhante. Depois desta tragédia, a família da vítima exige justiça, embora estejam ainda em curso diligências para se apurar as causas do homicídio.
Importa referir que Leia Wate estava grávida de três meses e mantinha uma relação com o jovem, que era pouco conhecido da sua família. Este é mais um caso de homicídio brutal ocorrido na cidade de Maputo, em menos de três meses. (Carta)