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18 de Março, 2025

Ciclone Jude devasta culturas na cintura verde de Nampula

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Os efeitos do ciclone tropical Jude fizeram-se sentir, também, nos campos agrícolas que se localizam na cintura verde da cidade de Nampula, gerando enormes prejuízos aos produtores da zona de Mutotope, arredores da capital provincial.

Cerca de oito hectares foram severamente devastados, resultando em prejuízos na ordem de 30 mil meticais, sendo as culturas de milho, tomate e pepino as mais afectadas. O presidente da Associação de produtores de Mutotope, Adelino Mário, por sinal, produtor de pepino, mostrou-se bastante constrangido pelos estragos causados, mas assegurou que vai continuar a exercer a actividade.

Ele pediu apoio para prosseguir com o cultivo de pepino, uma vez tratar-se de única fonte de sobrevivência, afirmando que perdeu cerca de cinco mil meticais em produtos, aquando da passagem do ciclone tropical Jude.

“A chuva foi intensa e acabou estragando os meus produtos. Contas feitas indicam que perdi cinco mil meticais. Alguns pepinos e tomate acabaram por apodrecer e outros produtos murcharam”, lamentou, pedindo apoio em sementes, fertilizantes entre outras matérias primas de produção a fim de recomeçar com a sua actividade.

António Loja, produtor de espinafre, alface, milho, couve e mandioca, também foi afectado. Loja não escondeu o seu desalento, afirmando que este ano espera um cenário de fome na sua família e demais dependentes.

“Este ano não sei como irei viver com a minha família, tendo em conta que tenho seis filhos que vão querer comer e perdi tudo que havia produzido”, contou Loja.

A fonte disse ainda que, com esta perda, as dificuldades se agudizaram, porquanto, pediu apoio ao governo em insumos agrícolas, mas aguarda pela resposta.

Rabia Martinho, outra produtora de quiabo, milho, banana e repolho diz que, à semelhança dos outros, o ciclone fez enormes estragos, deitando abaixo o esforço despendido ao longo da campanha agrícola, e aventa a possibilidade de escassez de produtos nas famílias.

“Jude deixou um marco nas nossas machambas, as minhas culturas foram arrasadas pelas chuvas e ventos. Não temos muita esperança este ano e nós confiamos nesta machamba para alimentar os nossos filhos”, referiu Rabia Martinho.

De salientar que a referida associação conta com quarenta membros, dos quais 10 são mulheres.

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