Sir Motors
As mulheres da cidade de Nampula apelam ao empreendedorismo feminino para o reforço da renda familiar, pese embora a situação actual não seja favorável para negócios, devido à insegurança decorrente das manifestações caracterizadas por saque e vandalização.
Aliás, defendem que o empreendedorismo ajuda nas despesas caseiras reduzindo a dependência economica das esposas em relação aos maridos. Isabel Mussa, mãe de quatro filhos, vendedora de comida confeccionada há mais de seis anos, sustenta a sua família na base deste negócio.
Mesmo com o actual cenário nunca lhe passou pela cabeça em desistir. ” Trabalho como confeccionista e esse é o meu quotidiano. Estou aqui como forma de ganhar a vida e ajudar o meu marido nas despesas domésticas e me sinto satisfeita com o que faço”, disse.
Isabel reconhece que devido ao custo de vida, tem enfrentado desafios enormes para adquirir produtos para o seu negócio, desde o arroz, farinha de milho, óleo, entre outros ingredientes, situação que tem contribuído para a redução de clientes e consequente baixa de volume de vendas e de lucros, mas nem com isso pensa em desistir e acredita em dias melhores.
“Nos dias que correm, o negócio não anda bem. Dantes conseguíamos algum lucro que rondava em três mil meticais diários, mas actualmente para conseguir pelo menos dois não tem sido tarefa fácil. Seja como for, vamos tentando mesmo com este ambiente”, disse a fonte, que apela às demais mulheres a juntarem-se às iniciativas de renda, em vez de ficar em casa sem fazer algo.
“O tempo não está bom, apelo para que possamos ter mais mulheres a apostar em negócio para ajudar os nossos esposos com as despesas, uma vez que o salário também não chega para cobrir todas as despesas de casa, só assim seremos mais fortes”, concluiu Isabel Missa.
Outra entrevistada, Muanacha Momade, vendedora de hortícolas, com destaque para alface, comunga o mesmo ideal da Isabel, e explica que tem um filho a frequentar o nível superior graças ao negócio que abraçou. ” Sou mãe de três filhos, e graças ao negócio de alface consigo suportar as despesas de um dos meus filhos que está no ensino superior. Isto para mim é gratificante, porque devemos batalhar para ajudar os nossos filhos a seguirem em frente e não limitarmo-nos a cruzar os braços ou passar a vida a lamentar. O ambiente para negócio é promissor”, sublinhou, lançando um forte apelo a outras mulheres por forma a atingir a independência financeira. ” Sigam em frente porque depender do bolso do outro não ajuda”, enfatizou, concluindo que com as feiras de negócio, abrem-se mais oportunidades para mais mulheres ganharem inspiração.
Wilma Graça, produtora de óleo natural usado para hidratação da pele, afirma que aposta no empreendedorismo pelo facto de saber que pode manter a sua base financeira de forma independente.
” Hoje em dia não é fácil vender óleo natural tendo em conta que o mercado está cheio de empresas de cosméticos, mas não desisto, porque os importados estão cheios de químicos e aos poucos vou ganhando clientes. Apelo às outras mulheres para começar a abraçar o empreendedorismo”, precisou.
Importa realçar que, o empreendedorismo feminino é um espaço de negócios que promove iniciativas lideradas por mulheres como forma de alavancar a sua independência financeira. (Carta)
