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Actualizado de Segunda a Sexta

7 de Fevereiro, 2025

Manifestantes em Maputo exigem redução de preços até segunda-feira

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Um grupo de manifestantes do bairro George Dimitrov (Benfica), na cidade de Maputo, decidiu visitar algumas lojas, supermercados e escolas para exigir a redução dos preços a partir da próxima segunda-feira. De acordo com informações apuradas pela nossa reportagem, os manifestantes pretendem com a advertência fazer com que os agentes económicos cumpram as orientações do “Presidente do Povo”, Venâncio Mondlane.

 

Empunhando cartazes, os manifestantes escalaram esta quinta-feira, os bairros de Bagamoio e George Dimitrov para informar que a partir de segunda-feira tudo será diferente. “Nos próximos dias, vamos escalar outros bairros para exigir a estabilização de preços. Hoje, também visitamos a Escola Secundária do Benfica para nos certificar de que não estavam a cobrar o valor da matrícula aos alunos e constatamos que eles estão a cumprir as medidas do nosso Presidente Venâncio Mondlane. Os pais e encarregados de educação não estão a pagar nenhuma taxa, inclusive o valor de guarda”, afirmaram.

 

Os manifestantes afirmaram ainda que vão monitorar aquelas escolas que expulsaram alunos por não observância de algumas medidas. “Se o aluno não tiver gravata ou uniforme, deve ser permitida a sua entrada na escola e na sala de aula enquanto o encarregado se organiza”, disse um dos manifestantes.

 

No bairro de Bagamoio, os manifestantes “visitaram” o supermercado Terramar, localizado na Avenida de Moçambique, em protesto contra o alto custo dos produtos alimentares. No local, o grupo exigiu a redução dos preços, mas a sua presença no local gerou um caos, levando à intervenção das autoridades.

 

Durante a ronda, os manifestantes escalaram várias lojas de venda de produtos alimentares, ferragens, entre outros estabelecimentos, onde os proprietários foram informados que, na segunda-feira, devem reduzir os preços, caso contrário, o povo tomará medidas.

 

Os manifestantes exigem que o preço do saco de arroz não ultrapasse os 1.000 meticais e o cimento não passe dos 300 meticais. Entretanto, os manifestantes afirmaram que não encontraram uma resposta positiva por parte dos agentes económicos, uma vez que estes alegam que a formação da estrutura de preços depende de vários factores. Justificaram que para reduzir os preços há muitos aspectos a ter em conta. Entretanto, os manifestantes reiteraram que, caso não se chegue a um entendimento, os operadores económicos terão de fechar as lojas.

 

“Nós estamos determinados. Quem não conseguir baixar o preço fecha a loja e fica em casa. Vamos continuar a trabalhar com quem aplica preços mais baixos. Esta medida tem de vigorar para sempre, estamos determinados. Todas as lojas de venda de arroz devem esquecer os preços de 1.600 e 1.700 meticais que aplicam actualmente. O preço máximo do arroz deve ser de 1.000 meticais e o preço do cimento não pode ultrapassar os 300 Mts”, afirmou Alexandre Bel Paris, um dos representantes do grupo.

 

Os manifestantes pedem também à Polícia da República de Moçambique(PRM) para que pare com as ameaças ao “Presidente do Povo” Venâncio Mondlane.

 

Importa frisar que esta semana a Estrada Nacional N° 1, concretamente na localidade de Bobole, distrito de Marracuene, sofreu dois bloqueios (segunda e terça-feira), em parte devido aos protestos contra o custo de vida. (M. Afonso)

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