No passado dia 30 de Setembro, os agentes da Polícia da República de Moçambique, na cidade de Maputo, afectos à 2ª esquadra, prenderam Lucílio (Tchenguela) Matsinha, na posse de cornos de rinoceronte, quando este, alegadamente, preparava-se para entregar a um potencial cliente, numa estância hoteleira na cidade de Maputo.
Na altura da detenção, Leonel Muchina, porta-voz da PRM, na cidade de Maputo, disse que Tchenguela era reincidente não só na prática daquele tipo de crime, mas também na falsificação de pedras preciosas e que cabia à Administração Nacional de Áreas de Conservação (ANAC) fazer a peritagem dos cornos que haviam sido apreendidos. Assim sendo, esta terça-feira, oito dias após o sucedido, Carlos Lopes, em representação da direcção da ANAC, revelou que os dois cornos de rinoceronte afinal são falsos.
Carlos Lopes explicou: “o relatório de peritagem foi entregue às autoridades competentes e os cornos são falsos, porque foram feitos com base em material acrílico (um tipo de plástico que pode ser moldado quando exposto a altas temperaturas), também usou pele de cabrito na sua base e no interior uma garrafa de cerveja para aliviar o peso”.
Refira-se que, na semana finda, durante o briefing semanal da PRM, o Porta-Voz do Comando Geral, Orlando Mudumane, tinha dito que os cornos eram verdadeiros, apesar de ter deixado o veredicto para os especialistas da ANAC, facto contrariado por Carlos Lopes, à margem da cerimónia pública de entrega de viaturas.
No entanto, a declaração de falsidade dos cornos é encarada, nos círculos mais críticos de opinião, como um mecanismo de ilibar e/ou reduzir a pena do filho do general na reserva e quadro proeminente nas fileiras da Frelimo, Mariano Araújo Matsinha, uma vez que as penas pela prática daquele tipo de crime, nos últimos anos, variam entre 15 a 17 anos de prisão. Recentemente, um cidadão chinês, de nome Pu Chiunjiang, foi condenado a 15 anos por transporte e posse de espécies proibidas por Lei. (Omardine Omar)