Os estudantes e funcionários da Faculdade de Veterinária da Universidade Eduardo Mondlane foram impedidos de aceder às instalações, que se encontravam trancadas pelos agentes de segurança, nesta quarta-feira.
Os portões de acesso estavam fechados pelos seguranças do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), que também funciona no local. Em entrevista ao nosso jornal, os seguranças informaram que tomaram a decisão de impedir a entrada dos estudantes, devido à falta de salários há sete meses.
O grupo acrescentou que as instalações foram inicialmente fechadas na segunda-feira, mas decidiram recuar depois de a entidade patronal ter prometido pagar pelo menos cinco meses de salário em atraso.
“Estamos há sete meses sem salários e, quando questionamos o nosso patronato, ele alega que o IIAM ainda não desembolsou os fundos para o pagamento dos nossos salários. Então, decidimos fechar as portas porque não é justo trabalhar e não receber. Quando chega o fim do mês, ficamos na expectativa de ver o dinheiro nas nossas contas, mas tal não acontece. Não sabemos sequer onde recorrer para receber os nossos salários”, relataram.
“Na segunda-feira, prometeram pagar cinco meses de salários em 24 horas, mas apenas pagaram o salário de um mês e meio. Então, achamos que estão a brincar com o nosso trabalho. Por essa razão, só vamos abrir os portões quando o dinheiro for depositado nas nossas contas”, acrescentaram.
Por outro lado, uma das estudantes que conversou com a “Carta” lamentou o facto de ter perdido aulas nesta quarta-feira e espera que tal situação não se repita nos próximos dias. “Aqui existem colegas que vivem longe e tiveram de madrugar para chegar cedo à faculdade e ao trabalho. À chegada, encontramos os portões fechados e não entendemos o que está a acontecer. Hoje, praticamente, foi um dia de aulas perdido e isso não faz sentido”, frisou.
Importa frisar que o local onde funciona a Faculdade de Veterinária bem como o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique estão sob tutela do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pesca.
Entretanto, um comunicado da Universidade Eduardo Mondlane emitido na tarde desta quarta-feira esclarece que os agentes de segurança em greve estão afectos ao Instituto de Investigação Agrária de Moçambique e a Direcção de Ciências e Animais sob tutela do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, sendo que estas entidades não fazem parte da UEM. (Carta)