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Os últimos dias têm sido muito difíceis por causa do elevado custo de combustíveis, mas os próximos serão muito mais sufocantes ainda, porque a Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas (AMEPETROL) quer o aumento do preço de combustíveis no país, em menos de um mês. A exigência foi apresentada esta quinta-feira (21) pelo Presidente da AMEPETROL, Michael Ussene, em conferência de imprensa realizada na Cidade de Maputo.
Na ocasião, Ussene afirmou que o reajuste do preço de combustíveis no mercado nacional deve ser feito em menos de 30 dias e visa reflectir o custo dos produtos no mercado internacional, que actualmente é bastante elevado e fazer face às dívidas do Estado em subsídios às petrolíferas.
“Nos meses de Outubro e Novembro, um barril do crude no mercado internacional disparou de 70 para 80 USD, mas nos últimos meses por causa do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, custa 110 USD. Neste contexto, exigimos o aumento do preço dos combustíveis porque Moçambique está a praticar preços abaixo do ideal”, afirmou o presidente da AMEPETROL.
Ladeado de representantes de algumas petrolíferas, Ussene afirmou que a exigência resulta do facto de, por um lado, as distribuidoras estarem a praticar preços abaixo do mercado, motivo que, quando conjugado com as dívidas acumuladas pelo Estado por subsidiar o sector, causam muitos prejuízos às empresas. A fonte assinalou que o Estado tem uma dívida com as petrolíferas avaliada em 120 milhões de USD. Por outras palavras, a fonte quis transmitir que as medidas tomadas pelo Governo para aliviar o sector não se fazem sentir satisfatoriamente.
“Estas situações prejudicam a tesouraria das empresas e a situação agravou-se a partir de Abril corrente. Como consequência, algumas empresas pararam de operar por falta de capacidade e, se isto continuar, pode provocar a ruptura de stokcs em todo o sector, facto que irá afectar gravemente a economia do país, pelo que, em menos de um mês, é preciso que o Governo tome decisões”, disse Ussene.
Após cálculos, a AMEPETROL concluiu que o preço ideal do gasóleo seria 26 Meticais mais caro que os actuais 71 Meticais, o litro. A gasolina custaria 19 Meticais a mais que os actuais 77 Meticais por litro. Numa análise comparativa, a Associação concluiu ainda que o preço praticado em Moçambique é 37 Meticais a menos que Zimbabwe e 19.89 Meticais a menos que África do Sul.
O último reajuste aconteceu a 17 de Março último, mês em que o preço do litro da gasolina subiu de 69,94 Meticais para 77,39 Meticais, o litro do petróleo de iluminação aumentou de 47,95 Meticais para 50,16 Meticais e o de gasóleo passou de 61,71 Meticais para 70,97 Meticais. O quilo do gás de cozinha (GPL) passou de 71,2 Meticais para 80,49 Meticais e o gás natural veicular (GNV) aumentou de 32,69 Meticais para 37,09 Meticais. Refira-se que estes preços não são os reais porque o Governo decidiu subsidiar as petrolíferas com vista a minimizar o custo dos combustíveis no país. (Evaristo Chilingue)
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