Um grupo terrorista atacou, por volta das 12h00 de sábado (22), uma viatura de carga que fazia o trajecto Pemba/Mueda, em Cabo Delgado, resultando na morte de um dos ocupantes, atingido por várias balas.
O ataque ocorreu ao longo da Estrada Nacional nº 380, concretamente no troço entre a aldeia V Congresso e a sede do posto administrativo Chai, no distrito de Macomia, centro de Cabo Delgado. No entanto, os atacantes puseram-se imediatamente em fuga devido à aproximação de militares ruandeses, que viajavam numa viatura que vinha em sentido contrário.
Fontes relataram à “Carta” que os terroristas atacaram a viatura de carga, convencidos de que ela transportava produtos alimentares. No entanto, o veículo estava carregado com uma quantidade não especificada de cimento de construção.
“Assaltaram em Chai um camião que transportava cimento com destino à vila de Mueda. Houve um ligeiro confronto, porque um dos ocupantes era da força local e estava armado”, relatou um residente de Macomia-sede. A fonte confirmou que os outros ocupantes, o motorista e o seu ajudante também foram atingidos por balas e encontram-se hospitalizados no hospital de Pemba, após serem socorridos pela força ruandesa.
Segundo os relatos, a vítima mortal era um membro da força local, mas ainda não se sabe se ele pertencia ao grupo de Mueda, que era o destino do camião, ou ao do distrito de Macomia, de onde a viatura partiu pela manhã.
Duas embarcações interceptadas pelos terroristas em Mocímboa da Praia
As duas embarcações de pesca foram capturadas na quarta e quinta-feira passadas nas proximidades da Ilha Tambuzi, no distrito de Mocímboa da Praia, no norte da província de Cabo Delgado, por homens armados e encapuzados, que se acredita serem parte do grupo terrorista responsável por incursões naquela região.
As nossas fontes descreveram que a primeira embarcação, com cerca de 40 pescadores, foi capturada durante a noite de quarta-feira e libertada dia seguinte, quinta-feira, após um pagamento de resgate.
Segundo as fontes, o montante foi transferido via carteira móvel pelo proprietário da embarcação, embora não tenha sido revelado.
O mesmo cenário repetiu-se na noite de quinta-feira, quando um outro grupo de pescadores se aventurou no mar na calada da noite.
O grupo, a bordo de uma embarcação a motor com capacidade para 25 pessoas, também pagou o que tinha nos bolsos e, posteriormente, foi liberto, retornando com segurança às suas residências.
“É verdade. Foram capturadas à noite duas embarcações de pesca. Sabemos que cobraram dinheiro e deixaram os pescadores ir embora. Agora eles estão aqui na vila”, disse Mussa Assane (nome fictício).
“A incursão foi protagonizada pelos terroristas, pois, alguns são conhecidos e são daqui mesmo de Mocímboa”, confirmou outro residente de Milamba, acrescentando que os terroristas parecem agora depender de dinheiro para garantir a sua logística.
A situação tem gerado medo e, desde a noite de sexta-feira, alguns pescadores deixaram de se fazer ao mar, temendo ser alvos.
“Alguns foram, mas não se afastaram muito da costa. A pesca em Mocímboa da Praia rende mais onde operam os terroristas, por isso poucos se arriscam”, comentou um pescador.
Na semana passada, o administrador de Mocímboa da Praia, Sérgio Cipriano, afirmou que houve um aumento dos ataques terroristas naquela região.