Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

7 de Março, 2025

Donald Trump aponta Moçambique como exemplo de “desperdício” de dinheiro

Escrito por

O Presidente norte-americano, Donald Trump, apontou Moçambique, na quarta-feira, (05), como um dos países africanos onde a ajuda dos EUA tem sido um desperdício, justificando a ordem executiva que corta o apoio humanitário.

Trump mencionou o nome de Moçambique, durante o seu primeiro discurso ao Congresso norte-americano, desde o seu regresso à Casa Branca, em Janeiro, para um segundo mandato.

Outros países africanos que o chefe de Estado norte-americano indicou como exemplos de desperdício de recursos dos contribuintes são Lesotho, Libéria e Uganda.

Donald Trump dirigiu uma crítica mais ácida ao Lesotho, qualificando este pequeno país da África Austral de nação “desconhecida”, mas que recebe apoio norte-americano para ajudar causas da comunidade LGBT.

“Ninguém jamais ouviu falar deste país, apesar de receber oito milhões de dólares para promover os direitos da comunidade LGBT”, afirmou Donald Trump.

O Governo sutho foi rápido a reagir a esta afirmação depreciativa, expressando “surpresa”

“Para minha surpresa, o tal país de que ninguém já ouviu falar é o país onde os Estados Unidos tem uma missão permanente”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Lesotho, Lejone Mpotjoane ao canal britânico BBC.

No primeiro discurso ao Congresso, no seu segundo mandato na Presidência, Donald Trump esgrimiu argumentos sobre a sua ordem executiva de desmantelar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e cortar biliões de dólares de apoio humanitário.

As Nações Unidas já alertaram várias vezes que a decisão da administração Trump terá um efeito devastador na ajuda humanitária, resultando em mais mortes, fome e doenças nos países receptores da ajuda.

Confusão envolvendo província de Gaza

Não é a primeira vez em que Moçambique é mencionado pela administração Trump na controvérsia sobre o corte de ajuda internacional decidida pelo actual governo norte-americano.

Em Janeiro, o bilionário de origem sul-africana Elon Musk, responsável pelo novo Departamento de Eficiência Governamental (Doge), disse que a USAID terá desembolsado 50 milhões de dólares para a compra de preservativos, no âmbito de programas de prevenção de HIV/SIDA na província de Gaza, sul de Moçambique.

Musk viu-se obrigado a corrigir a primeira acusação que tinha feito de que os preservativos se destinavam ao território palestiniano de Gaza, controlado pelo movimento islamita Hamas – logo avesso a políticas públicas de saúde reprodutiva e sexual – apontando, mais tarde, em conferência de imprensa, que pretendia referir-se à província moçambicana.

Nem a USAID nem Maputo se referiram a essas alegações, mas as autoridades da província de Gaza negaram que esta zona de Moçambique tenha recebido 50 milhões de dólares para a compra de preservativos.

Sir Motors