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O Ministro da Juventude e Desportos e membro do Comité Central da Frelimo, Caifadine Paulo Manasse, pondera desistir do processo judicial que corre na Procuradoria-Geral da República (PGR), no qual acusa 26 personalidades (sendo 25 “camaradas” seus da Zambézia e o jornalista Salomão Moiane) de calúnia e difamação.
A possível desistência do referido processo judicial, que corre na PGR desde Agosto de 2023, foi manifestada pelo político, no sábado, em Quelimane, no fim da IV Sessão Extraordinária do Comité Provincial da Frelimo, na Zambézia, que apreciou e aprovou exclusivamente a sua reintegração ao órgão, quase dois anos após a sua expulsão por alegada falta de sigilo; não pagamento de quotas do partido; e incriminação de colegas.
“Neste momento, vou sentar com os meus advogados, ponderarmos e olharmos quais são os passos a seguir porque há coisas maiores, como manter a nossa Frelimo intacta”, afirmou o ex-deputado e antigo porta-voz da Frelimo.
Segundo o Ministro da Juventude e Desportos, a decisão deriva do facto de os implicados no processo terem reconhecido publicamente o erro e pedido as devidas desculpas. “Antes não houve nenhum entendimento no sentido de se resolver o assunto de forma política, a nível da família”, defendeu Caifadine Manasse, confirmando que Daniel Chapo, actual Presidente da Frelimo, desempenhou um papel fundamental.
“O camarada Presidente Daniel Francisco Chapo olhou para este assunto, como um assunto que deve ser resolvido dentro da família e, estando a serem seguidos os passos, nós vamos avaliar a continuidade do processo”, referiu.
Refira-se que, para além do experiente jornalista Salomão Moiane, actual vogal da Comissão Nacional de Eleições, o processo judicial movido por Caifadine Manasse visa figuras políticas como Damião José, deputado e membro da Comissão Política da Frelimo, e Hélder Injojo, vice-presidente do Parlamento.
Em causa estão as acusações do ex-grupo parlamentar da Frelimo (2020-2025), eleito pelo círculo eleitoral da Zambézia, dando conta de que Caifadine Manasse terá supostamente propalado boatos a associar o deputado Hélder Injojo ao narcotráfico, na sequência do escândalo de tráfico de drogas, através do Porto de Macuse (na Zambézia), que veio à tona em finais de 2022.
“Eu vim à Procuradoria-Geral da República à busca de justiça (…). Não tenho de avançar com negociações porque, na verdade, é uma cabala que envolve camaradas, irmãos e, se eles sentirem que, de facto, fizeram mal, podem procurar-me para negociar. Se sentirem que não fizeram mal, então vão trazer as provas das acusações que fizeram”, defendeu, na altura Manasse, à saída de uma audição na Procuradoria-Geral da República. (Carta)
