Pelo menos sete pessoas foram mortas no início desta semana, numa zona de exploração mineira conhecida como Ravia, no distrito de Meluco, na região centro de Cabo Delgado. Fontes relataram à “Carta” que o ataque ocorreu na última segunda-feira e, entre as vítimas, incluem-se duas mulheres. Contam que um grupo armado escalou a zona e, em seguida, as pessoas puseram-se em fuga e foi daí que os atacantes abriram fogo.
“O que sabemos até aqui é que sete pessoas morreram lá, sendo cinco homens e duas mulheres”, disse Saide Salimo, residente em Meluco-sede, apontando que o distrito de Meluco precisa de um reforço de segurança para evitar que os terroristas invadam a vila sede.
“Nos últimos dias, soubemos que esses insurgentes estavam na zona de Ravia e, sem dúvidas, podem ter morto algumas pessoas. Nos últimos dias, eles têm circulado nessas zonas baixas”, disse outro residente do distrito de Meluco.
As fontes acrescentaram que a situação obrigou o abandono de outros moradores e de garimpeiros ilegais, sendo que alguns se dirigiram à sede do distrito e outros retornaram às zonas de origem. Segundo os interlocutores, os membros do Estado Islâmico estão supostamente a estabelecer novas bases nas zonas baixas do distrito de Meluco.
Exército moçambicano lança ofensiva em Meluco
Na sequência do novo ataque terrorista, o Exército moçambicano anunciou ontem, quinta-feira (30), o lançamento de uma operação militar em Meluco, que nos últimos meses tem sido alvo de ataques sucessivos. As forças moçambicanas e ruandesas foram enviadas para uma densa área florestal perto da fronteira com a Tanzânia, após o ataque relatado no início da semana, disseram os militares.
As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) confirmaram o que consideram ser um “ataque terrorista” em Meluco, que fica a aproximadamente 150 quilómetros ao sul da fronteira com a Tanzânia.
Em resposta, “tropas foram mobilizadas para neutralizar os insurgentes, que continuam a ameaçar a segurança da população local”, numa operação conjunta entre soldados moçambicanos e ruandeses. A nova operação “visa identificar e desmantelar esconderijos terroristas, para aumentar a estabilidade na região”, disseram os militares. (Carta/AFP)