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15 de Setembro, 2020

Parceiro do traficante Fuminho é “adido” de Moçambique no consulado do Belo Horizonte

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A Polícia Federal Brasileira anda à procura de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, que assumiu o comando da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), depois que o ex-chefe da facção foi transferido para um presídio federal, foi revelado esta madrugada pela imprensa local. Tuta está foragido e foi alvo da Operação Sharks, desencadeada nesta segunda-feira por procuradores do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que anunciou ter identificado 21 suspeitos de fazerem parte da nova cúpula da facção criminosa, que age dentro e fora dos presídios.

 

Existe a suspeita, ainda, de que Tuta exerça o cargo de “adido” da embaixada de Moçambique no Belo Horizonte, em Minas Gerais, embora suas actividades nessa função sejam desconhecidas, segundo afirma o MPE-SP. Recorde-se, foi em Moçambique que, em Abril, a Polícia moçambicana, em colaboração com a Polícia Federal brasileira mais o DEA americano, prendeu Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, considerado o principal fornecedor de droga do PCC. Fuminho foi imediatamente expulso de Moçambique, por ordens do Ministro do Interior, Amade Miquidade.  

 

Deusdete Januário Goncalves, o Cônsul Honorário de Moçambique no Belo Horizonte. Ele deve ser interrogado sobre o papel de Marcos como "adido" de Moçambique.

 

O termo “adido” é usado para designar um agente diplomático que não é um diplomata de carreira. “É um indivíduo que tem contacto em consulado, que transita no país e fora do país”, afirmou o procurador Lincoln Gakiya.

 

Os investigadores apontam que o actual comando seria composto por 21 pessoas. Alvos foram identificados vivendo na Bolívia, no Paraguai e até em África (não foi revelado se Moçambique está incluído na lista dos países hospedeiros dos traficantes). “Fuminho”, recorde-se, foi detido a 13 de Abril deste ano, na Sommerschield, em Maputo. Ele estava foragido há 21 anos, depois de condenado por crimes de tráfico de drogas, contra o património de instituições financeiras e de grandes empresas de logística, assim como por financiar a fuga de líderes de organizações criminosas.

 

O actual embaixador de Moçambique no Brasil chama-se Gamiliel Sepúlveda João Munguambe, indicado este ano pelo Presidente Nyusi. Moçambique tem um Consulado no Belo Horizonte, Minas Gerais, dirigido por Deusdete Januário Gonçalves, um cidadão brasileiro, no lugar há mais de 10 anos, apurou “Carta”. (Carta)

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