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sexta-feira, 01 fevereiro 2019 08:19

Faxavor, senhor Chang, gaste o nosso dinheiro com moderação

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Confesso que já estou a ficar preocupado com os gastos que o Manuel Chang está a fazer. Já começo a me perguntar se vai sobrar alguma coisa na conta quando o homem estiver a bazar para os "Esteites". Não sei quanto custa malta Rude Krause, mas os gastos desses trinta dias de prisão já começam a me preocupar. Fora os Krauses, que de certeza não são para bolsos humildes, existe uma casa alugada em Malelane, Mpumalanga, que também não deve ser barata. Numa pesquisa rápida que fiz pela net, a compra de uma casa do tipo que foi mencionada em tribunal, numa quinta naquelas bandas, pode variar entre 300 à 500 mil dólares. Estamos a falar de 20 à 30 bis. Arrendar também não é para qualquer vivente. Aquela zona é uma das mais caras do continente africano.



Então, isso já começa a me preocupar. Me preocupa porque, até prova em contrário, as coisas do Chang são nossas. Ou seja, por enquanto, aquilo que Chang adquiriu nos últimos quinze anos é do povo. É preciso recordar que Chang foi Ministro das Finanças por dez anos e que além do calote das dívidas ocultas, existe também a burla da Odebrecht no aeroporto de Nacala. E pode ainda existir muito mais dinheiro do povo nas balalaicas daquele "chinês" que precisa ser devolvido aos legítimos donos. Mas enquanto ele continuar a gastar desta maneira, não vai sobrar um tostão de metical para contar o filme. 



Parece paulada, mas não é. É preocupação mesmo. O descaso do Chang com os gastos pode ser uma sabotagem também. Não vejo a racionalidade dele querer aguardar pelo esperado e merecido embarque numa casa com jacuzzi, sauna, piscina, campo de golfe, vista para os riachos e montanhas, canto de passarinhos, etecetera. É que essa é vida de ricos, e ele acabou de dizer, na semana, em tribunal, que é um "Indivíduo" de saldos modestos. Por que é que ele quer gozar da boa vida sabendo que será ou extraditado ou resgatado daqui a pouco? 



Se, na primeira audição, o Chang tivesse começado logo com "olha, bradas, eu não quero vos dar muito job... nós levamos essa mola... malta indivíduo-G e companhia estão lá em Maputo... eu posso vos acompanhar para pegarem os gajos... desculpa lá, pessoal!...", as coisas estariam bem facilitadas. Hoje não estaríamos a falar de malta Krause, nem de diabetes, nem de vivendas arrendadas. Sei que Chang tem seus bens, mas atenção, deixemos que seja o tribunal a decidir o que é verdadeiramente dele e o que é nosso. E até lá, haja moderação, camarada prisioneiro ainda imune. 



- Co'licença!

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