Perto de 2 milhões de pessoas sofrem de fome aguda no país. Os dados foram divulgados esta segunda-feira pelo Governo, através do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), e resultam da avaliação da insegurança alimentar e nutricional feita a 5.064 agregados familiares entre os dias 26 de Setembro e 11 de Outubro do ano em curso.
De acordo com os dados divulgados pelo MADER, em 2020, um total de 2.678.083 moçambicanos passaram fome aguda no país, mas o número reduziu este ano para 1.857.642, o que indica uma redução de 44% em relação ao ano anterior.
Entretanto, as projecções indicam que, entre os meses de Abril e Setembro do próximo ano, o número de pessoas em insegurança alimentar venha a decrescer, mercê do processo produtivo que agora se inicia.
No que toca à reserva de alimentos por família, os dados indicam que a província de Cabo Delgado saiu de 33% para 78% e a Cidade de Maputo saiu de 6% para 32%. No entanto, Cabo Delgado é a província mais afectada pela fome em todo o país, com cerca de 1 milhão de pessoas sem comida.
“A grande meta do país é ter 90 milhões de refeições enquanto somos 30 milhões de moçambicanos”, disse Celso Correia, Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, durante a sua intervenção.
Para inverter o actual quadro nutricional e a situação da fome, as Nações Unidas reafirmam a necessidade de mais apoio técnico e financeiro a Moçambique. Porém, não avançaram o montante e muito menos as modalidades. (Marta Afonso)