Quatro pessoas (duas de 15 anos de idade e outras com idades superiores a 30 anos) foram decapitadas pelos terroristas, na tarde do último domingo, na sede distrital de Palma, norte da província de Cabo Delgado.
Segundo as fontes, as vítimas faziam parte de um grupo de 15 pessoas que terão saído da Vila de Reassentamento de Quitunda à busca de comida, quando foram emboscadas por um número não especificado de insurgentes.
As fontes contam que, para lograr os seus intentos, os insurgentes terão disparado para o ar, como forma de dispersar as pessoas, uma estratégia que surtiu efeito, na medida em que as pessoas entraram em pânico e começaram a fugir em debandada, sendo que quatro caíram nas mãos do inimigo.
De acordo com as fontes, tem sido frequente grupos de pessoas (maioritariamente constituídos por agricultores e pescadores), munidas de instrumentos contundentes (catanas, armas de caça, flechas e azagaias), saírem da Vila de Reassentamento de Quitunda à busca de comida, numa maratona que, às vezes, termina em tragédia.
Os ataques terroristas na vila-sede do distrito de Palma continuam uma realidade. Os deslocados que desembarcam, diariamente, na cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, relatam momentos tenebrosos. Aliás, as fontes asseguram que os terroristas montaram o seu quartel general nas proximidades do antigo Acampamento da Anadarko, que se localizava na via que liga a vila de Palma ao Posto Administrativo de Quionga.
O distrito continua a passar fome, sendo a mandioca a principal fonte de alimentação. As comunicações continuam cortadas e a única forma de ter as informações daquele distrito é interceptando os deslocados, que diariamente fogem do terror. (Carta)