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quarta-feira, 31 julho 2019 06:42

Exames extraordinários: MINEDH defende certificação dos candidatos pelos explicadores

O Instituto de Exames, Certificação e Equivalências (INECE) diz que, nos próximos dias, os explicadores de preparação para exames extraordinários deverão se registar para serem legais, de modo a certificarem as qualificações dos alunos que pretendem ser examinados para garantir que estão em condições.

 

A informação foi revelada à “Carta”, esta quarta-feira (24 de Julho), pelo Director-geral do INECE, Feliciano Mahalambe, à margem do último Conselho Coordenador do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), que decorreu na capital do país.

 

 

Segundo Mahalambe, esta medida será implementada de modo que se possa examinar apenas os indivíduos que tenham mais ou menos indicações de qualificações, como forma de reduzir as fraudes durante o processo.

 

Para sustentar a sua tese, Mahalambe fez questão de explicar o procedimento a ser seguido pelos preparadores dos candidatos: “remeto este estudante para fazer o exame extraordinário porque já está capacitado para o efeito”.

 

A fonte revelou, por exemplo, que só no ano passado foram inscritos acima de 23 mil candidatos aos exames extraordinários, mas apenas 7.000 tiveram um aproveitamento positivo. Para este ano, inscreveram-se apenas 10.518, devido às restrições que estão a ser colocadas aos examinandos, de modo a melhorarem a sua preparação.

 

“Nós tínhamos exames extraordinários para alunos, baseando-se apenas na conclusão da 10ª classe, o que fazia com que muita gente concorresse. Entretanto, resolvemos adoptar novas medidas, que visam examinar um ciclo de duas classes, que é a 11ª e 12ª classe, o que significa que, para fazer o exame extraordinário da 12ª classe, devem ter pelo menos a 11ª feita ou ter reprovado algumas disciplinas na 12ª classe, ou somente para aqueles que já vinham fazendo exames extraordinários e não passavam”, explicou o director.

 

Entretanto, Mahalambe garantiu que não estão perante um processo de incumprimento de metas com os dados acima referenciados, mas “o que acontece é que o concurso foi aberto e só aquele número de pessoas é que se sentiu em condições de concorrer”.

 

Assim, para os alunos que fizeram apenas a 10ª classe e não frequentaram as classes subsequentes viu-se que não há necessidade de serem examinados. O que fez com que reduzisse o número de pessoas a concorrerem para os exames deste ano.

 

Questionado sobre o “vazamento” de exames antes da sua realização, o director disse tratar-se de um “roubo” e garantiu que “o país está diante de pessoas que querem ter um certificado sem saber e que fazem de tudo para obtê-lo”.

 

“Às vezes publicam exames falsos, outros partilham exames antigos e, por vezes, são os verdadeiros que são retirados num circuito desconhecido, onde pode ser no âmbito da elaboração, na distribuição ou no momento da realização”, sublinhou.

 

No entanto, a fonte garantiu estarem a trabalhar para que isso se reduza, reforçando a vigilância durante todas as etapas, desde a elaboração até à distribuição. “O processo de controlo de vazamento de exames não é tão simples, visto que são mais de 20 toneladas de papéis que são distribuídos em todo o país só para a 10ª e 12ª classe. Durante a distribuição, o sistema fica um pouco aberto, mas estamos a trabalhar para eliminar isso”, garantiu a fonte. (Marta Afonso)

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