Decorre em Maputo, desde a passada segunda-feira, o 14º Congresso Mundial das Mulheres, um evento planetário que visa promover e defender os direitos da mulher e da rapariga. A reunião, que termina na próxima sexta-feira, junta mais de duas mil mulheres da arena social, cultural e académica.
Falando na cerimónia de abertura, o Vice-Ministro do Género, Criança e Acção Social, Lucas Mangrasse, defendeu que um dos desafios que se coloca ao mundo, em geral, e Moçambique, em particular, para garantir a participação plena da mulher, é o de investir na sua formação, de modo a desenvolver capacidade de libertar ideias inovadoras e empreendedoras, assim como aceder ao mercado que é cada vez mais exigente.
“A convergência de diferentes sensibilidades nos debates deste congresso constitui mais-valia, na medida em que só a conjugação de esforços e a partilha de diferentes perspectivas pode trazer soluções mais acertadas para os problemas que afectam a mulher no mundo, contribuindo para a redução da violência baseada no género, maior acesso das mulheres aos serviços e aos recursos produtivos”, acrescentou.
Já Rafa Machava, Presidente do Fórum Mulher e representante dos movimentos sociais que participam do congresso, explicou que o evento tem como objectivo partilhar o saber fazer, através de testemunhos orais e científicos sobre as lutas e conquistas das mulheres.
“Nós dos movimentos [sociais], trazemos as nossas experiências, nossas lutas, como nos organizamos no dia-a-dia. Vamos juntar isso com a parte da investigação académica, que vai colher de nós muitas experiências e ouvir o que os académicos trazem sobre o passado e presente das mulheres”, clarificou.
Dados avançados à “Carta” indicam que mais de 400 comunicações orais serão partilhadas durante o evento, através de mesas redondas, abordando temas, como o colonialismo, a luta contra o patriarcado, o lugar das mulheres em espaços de tomada de decisão. O evento decorre no campus da Universidade Eduardo Mondlane. (Carta)