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O ataque do último domingo, à aldeia Nanduli, no distrito de Ancuabe, em Cabo Delgado, não só mostra a agressividade dos terroristas, mas também o quanto o medo reina entre os deslocados e as famílias acolhedoras bem como no seio das autoridades.
Além de forçar o abandono das pessoas da aldeia de Nanduli, outras aldeias seguiram o mesmo caminho. O cruzamento de Sunate, também conhecido por Silva-Macua, tem sido pequeno para acolher as famílias, que procuram meios de transporte para se dirigir a outras zonas.
Fontes disseram à "Carta", na sede do distrito, que para além de algumas famílias terem deixado às suas residências, à procura de locais seguros, a própria administradora do distrito de Ancuabe, Lúcia Namashulua, também tinha abandonado a sua residência oficial. A dirigente refugiou-se na sede do posto administrativo de Metoro, que fica na estrada Pemba/Montepuez.
Supostamente repreendida pelos seus superiores hierárquicos, a Administradora regressou à vila sede e, na terça-feira, deslocou-se a Sunate, onde mobilizou às famílias a regressar às suas casas, garantindo que as FDS estavam a perseguir os atacantes.
Na sede do distrito, a maior parte das instituições públicas fecharam, entre segunda e terça-feira, na sequência da onda de agitação. Por exemplo, em Metoro, os estagiários do hospital local foram autorizados a ir à casa, até que a situação voltasse à normalidade.
"Carta" apurou também que os reclusos foram, igualmente, evacuados da cadeia distrital de Ancuabe para a cidade de Pemba. Também foram aplicadas multas contra os motoristas que transportavam famílias e pessoas em debandada, por falta de licença e excesso de lotação. Esta quarta-feira, o Governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, esteve no distrito de Ancuabe, para sensibilizar a população a regressar às suas aldeias.
