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quarta-feira, 01 junho 2022 06:14

MINEDH alvo de chacota e vexame nas redes sociais

livros pronunciamento min

O último sábado do mês de Maio do ano de 2022 (28) pode ser recordado como a data que “mudou” o curso da educação em Moçambique, depois de um “navegador (anónimo)” ter descoberto erros de conteúdo, considerados inadmissíveis, num livro de Ciências Sociais da 6ª Classe.

 

O “navegador” descobriu que, na página 48, o manual referia que o Mar Vermelho (que se localiza no nordeste de África) constituía o limite, a norte, do Grande Zimbabwe, um reino que “floresceu” entre os actuais territórios de Moçambique e do Zimbabwe. Esta descoberta tornou-se apenas a ponta do iceberg (uma pequena parte de um problema maior e oculto) para a descoberta de outros erros que se encontravam “escondidos” naquele manual.

 

Num sábado em que a final da Liga dos Campeões Europeus entre o Real Madrid (da Espanha) e Liverpool (da Inglaterra) devia dominar os debates, o Livro do Aluno de Ciências Sociais da 6ª Classe tornou-se o principal tema de conversa nas redes sociais, nos cafés, nos transportes públicos e até nos bares. Os intervenientes mostravam-se todos indignados pela tamanha “barbaridade”.

 

Com as lanças a serem atiradas ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, a instituição liderada pela comissária política Carmelita Rita Namashulua foi obrigada a reagir e, na tarde do dia seguinte (domingo), convocou a imprensa para pedir desculpas aos moçambicanos e anunciar a produção de uma errata e a constituição de uma Comissão de Inquérito para apurar as responsabilidades.

 

Contudo, se a conferência de imprensa visava serenar os ânimos e desdramatizar o problema, acabou originando uma nova onda de indignação e gerando novos pesquisadores de manuais escolares. Como resultado de novas pesquisas, uma chuva de erros que constam de diversos manuais começou a inundar as redes sociais, sendo acompanhados de pedidos de produção das respectivas erratas.

 

“Senhora Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, dra. Carmelita Namashulua, pode pedir a zelosa porta-voz do Ministério, a dra. Gina Guibunda, para nos explicar esta pouca vergonha?! Pelos vistos, a ERRATA será feita em todos os livros de distribuição gratuita”, escreve um internauta, numa publicação acompanhada por fotografia de um livro de matemática, onde está escrito, por extenso, “Oito milhões, oitocentos e vinte novecentos mil e trezentos e quarenta e seis (8.829.346)”.

 

Outro internauta questiona ao MINEDH se os autores dos livros são daltónicos (pessoas que não conseguem distinguir as cores), após considerarem vermelho, uma área pintada com a cor verde, num manual de Educação Visual também da 6ª Classe. Outro pergunta se os moçambicanos alimentam-se de lenha, pelo facto de a mandioca (tubérculo) ser considerada “raiz lenhosa” num manual de Ciências Naturais.

 

Para a generalidade dos internautas, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano precisa de retirar os livros que apresentam erros insanáveis e não apenas produzir erratas. Aliás, há quem entenda que o MINEDH irá produzir um livro de erratas, devido à quantidade de erros que constam dos manuais. “Antigamente, se virasse o livro, chamavam-te de MACACO PIM-PIM, só que, hoje em dia, Macaco PIM-PIM produz livros em Moçambique”, sentencia o rapper Azagaia. (Carta)

 

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