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quarta-feira, 18 maio 2022 06:59

FADM: Mangrasse interrompe cursos de formação por suspeitas de corrupção no recrutamento de mancebos

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Já estava tudo a postos para o arranque de mais um curso de formação para o ingresso nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), quando o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, o Almirante Joaquim Mangrasse, ordenou que os cursos fossem interrompidos imediatamente por suspeitas de corrupção e fraude.

 

O grupo de mancebos, composto por mais de 500 jovens que já estava em formação desde Abril último, na Escola Prática do Exército de Manhiça, vulgo Muhunguine, na província de Maputo, foi mandado de volta para casa para aguardar por um novo concurso.

 

Segundo fontes militares, o processo de recrutamento, na base do qual foram selecionados, foi fraudulento, conforme provaram as investigações internas e que chegaram ao gabinete do Chefe do EMGFA, Joaquim Mangrasse.

 

De acordo com as fontes, os cursos interrompidos por suspeitas de corrupção nas FADM não se cingiram simplesmente à Escola da Manhiça, mas também a outros centros de instrução básica militar, uma vez que o processo também foi fraudulento.

 

Dados em nossa posse, obtidos de fontes militares, indicam que foram abertos novos concursos e cuja selecção está a ser criteriosa, esperando-se que a formação recomece nos próximos dias.

 

PRM também expulsa mais de 200 instruendos por falta de qualificações exigidas

 

Quem também está a passar “pente fino” aos novos ingressos é a Polícia da República de Moçambique (PRM). Esta terça-feira, durante a cerimónia de celebração dos 47 anos da criação da corporação, o Comandante-Geral da PRM, Bernardino Rafael, anunciou a expulsão de mais de 200 instruendos, provenientes de diferentes províncias, por não possuírem qualificações para o exercício daquela profissão.

 

Segundo Bernardino Rafael, alguns dos instruendos não possuíam qualificações académicas desejadas e outros tinham problemas na escrita. Os mesmos, revelou o dirigente, foram descobertos durante uma inspecção realizada pelo Comando-Geral da PRM, com o objectivo de evitar o recrutamento de indivíduos sem qualificações para as fileiras da corporação. O curso iniciou no passado dia 18 de Abril.

 

“Infelizmente os instruendos expulsos escaparam na primeira inspecção, mas na reinspecção, as situações foram detectadas e as pessoas acabaram por retornar às suas províncias de origem”, afirmou.

Refira-se que que casos de corrupção para o ingresso na PRM, FADM e ACIPOL (Academia de Ciências Policiais) têm sido recorrentemente reportadas, mas sem ninguém tomar medidas arrojadas para o seu combate. Filhos e familiares dos membros destas instituições têm sido os mais privilegiados. (O. Omar e Marta Afonso)

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