As forças militares da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, sigla inglesa) anunciaram no último sábado o desmantelamento de uma base rebelde em Cabo Delgado, norte de Moçambique, em que foram apreendidas várias armas, informação e resgatadas três mulheres idosas.
"A Missão da África Austral (SAMIM, sigla inglesa) em apoio às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) lançaram no dia 14 de Setembro uma operação ofensiva e capturaram uma base fortificada dos rebeldes Al Sunnah wa Jama'ah (ASWJ, uma das designações do movimento insurgente) a sul do rio Messalo", lê-se em comunicado.
A SAMIM diz que a base Sheik Ibrahim foi usada como um campo de treino onde agora foram apreendidas armas "deixadas para trás pelos rebeldes", incluindo armamento pesado.
"As forças da SAMIM também encontraram um manancial de livros de treino militar, conteúdos em vídeo e dispositivos de comunicação. Esta descoberta fornecerá mais informações sobre as operações do grupo insurgente e dará aos países da SADC indicações sobre o nível de ameaça de terrorismo e extremismo na região", sublinha-se no documento.
Durante o ataque, três idosas foram resgatadas "e foram entregues às autoridades para identificação e cuidados posteriores", conclui.
Cabo Delgado é uma província rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas. Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020. (Lusa)