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quarta-feira, 28 abril 2021 07:04

“Força Maior” da Total pode colocar a ENH na “corda bamba”

Se as condições operacionais em Afungi e Palma não forem repostas a breve trecho, as implicações para a ENH (Empresa Nacional de Hidrocarbonetos) serão drásticas, disseram fontes da indústria a “Carta”

 

“A ENH fica entalada em dívidas porque os juros não param”, disse uma fonte, acrescentando que, com o atraso do projecto, os custos financeiros serão mais elevados e como, a ENH só paga a dívida com os lucros do projecto, isto significa que os parceiros da ENH que emprestaram dinheiro para a ENH participar (15%) vão levar uma boa parte dos lucros da empresa nacional.

 

Por outro lado, o Governo também fica a perder, pois os custos recuperáveis com mais investimento das multinacionais em segurança vão fazer diminuir os lucros do Estado.

 

Sabe-se que, para participar na actual fase de construção, houve um acordo com os outros sócios da Área 1 (petrolíferas internacionais, lideradas pela Total) para que financiassem a quota de 15% da ENH na fase de construção.

 

Ou seja, as projeções de encaixe para o Estado de Moçambique para o projeto da Área 1 ao longo de 25 anos devem ser refeitas. Antes da declaração de “Força Maior” pela Total as projeções apontavam para ganhos globais, ao longo de 25 anos, da ordem dos 61.000 milhões de dólares e o Estado moçambicano, por via de impostos, partilha de lucro e participação da ENH iria ficar com pouco mais de 50%, cerca de 31.000 milhões de dólares. Com a “Força Maior”, as contas deverão ser refeitas. (M.M.)

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