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BCI
terça-feira, 30 março 2021 06:48

Movimentação de militares para reforçar segurança de Nyusi em Montepuez pode ter facilitado a invasão em Palma – avançam fontes militares

A invasão à sede distrital de Palma, no norte da província de Cabo Delgado, continua a alimentar acesos debates, sobretudo por se tratar do sexto ataque a uma vila distrital em apenas um ano. Cidadãos de quase todos os extractos sociais não param de se questionar como terá sido possível semear-se um novo terror numa sede distrital, depois do ocorrido nas vilas de Mocímboa da Praia (por duas vezes), Macomia, Quissanga e Muidumbe.

 

À “Carta”, fontes militares apontam, como possíveis causas, a movimentação de elementos das Forças de Defesa e Segurança (FDS), na semana finda, para o distrito de Montepuez, com objectivo de reforçar a segurança presidencial, durante acerimónia de encerramento do VIII curso de Instrução Básica de Prestadores do Serviço Cívico de Moçambique, que teve lugar na passada terça-feira, um dia antes do ataque.

 

Segundo as fontes, dias antes da realização da cerimónia, uma ordem superior do exército moçambicano determinou que alguns militares de diferentes especialidades fossem enviados para o distrito de Montepuez, de modo a fortificar os perímetros de segurança da comitiva presidencial e entre os homens destacados encontravam-se alguns que estavam afectos em algumas posições que defendiam o distrito de Palma.

 

As fontes não avançam o número de homens movimentados e até que ponto a ausência destes terá facilitado a entrada de terroristas. Apenas explicaram que, após este facto, os terroristas, munidos mais uma vez de credenciais falsas, tal como procederam em Mocímboa da Praia, infiltraram-se nas posições “desfalcadas”.

 

Em conversa com a nossa reportagem, as fontes disseram não entender porquê foram movimentados homens de Palma, enquanto o quartel de Mueda tem militares de sobra. Revelaram ainda que os mercenários sul-africanos da DAG alertaram as autoridades, há dias, sobre a possibilidade de haver um ataque daquela proporção, porém, não foram levados a sério, por se pensar que os terroristas estavam fragilizados. (O.O.)

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