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sexta-feira, 09 outubro 2020 06:52

Ataques em Cabo Delgado: Desmobilizados engrossam fileiras dos terroristas

Os ataques terroristas, que se verificam na província de Cabo Delgado, desde 05 de Outubro de 2017, continuam a marcar o dia-a-dia, com diversos cidadãos a serem assassinados, decapitados e esquartejados pelo grupo, que já controla o distrito de Mocímboa da Praia, um dos maiores entrepostos comerciais da província.

 

Fontes da “inteligência” moçambicana, que lideram as operações na província de Cabo Delgado, afiançaram ao nosso jornal que um dos factores que torna o grupo terrorista cada vez mais poderoso, apesar das enormes ofensivas levadas a cabo pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), é o facto de o mesmo estar a recrutar jovens que receberam preparação básica militar e que, depois de expirarem os dois anos do período de “cumprimento”, optaram por desmobilizar. O recrutamento, garantem as fontes, ocorre em quase todo o país.

 

O descontentamento no seio das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), causado pela má gestão da logística militar (alimentação e equipamento), detenções arbitrárias, falta de troca de efectivos e falta de pagamento de subsídios, tem sido outro factor aproveitado pelos terroristas, que aliciam alguns militares que se encontram no teatro operacional norte.

 

As fontes garantem que, devido a estes aspectos, tem havido deserções nas FDS, sobretudo, em situações de combate, onde os militares se vêem encurralados sem muitas alternativas de escolha: morrer ou aliar-se ao inimigo. Aliás, as fontes dizem haver situações de mortes de militares, em combate, cujas informações nunca chegam aos familiares.

 

À “Carta”, as fontes defendem que o chamamento dos desmobilizados às FADM para combater o terrorismo pode reduzir o número de jovens formados que se aliam aos terroristas. Porém, avançam haver necessidade de se melhorar a logística militar, assim como cumprir-se com o período de troca dos efectivos.

 

Refira-se que no passado domingo, 04 de Outubro, as FDS receberam um reforço, em material bélico, para além dos especialistas militares estrangeiros que se encontram a formar as forças moçambicanas, com vista a ajudar nas operações de combate ao terrorismo no país. (O.O & Carta)

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