O ataque ocorrido no passado dia 12 de Setembro, no Posto Administrativo de Pundanhar, distrito de Palma, província de Cabo Delgado, na estrada que liga aquele distrito ao vizinho de Nangade, aumentou o clima de medo na vila-sede do distrito de Palma.
Segundo contam as fontes, em Palma foram criados grupos de milicianos (residentes locais que receberam armas de fogo), assim como foi aumentado o efectivo dos elementos das Forças de Defesa e Segurança (FDS), cuja maior parte está centrada no controlo das actividades de prospecção e exploração do gás em Afungi.
As fontes avançam a possibilidade de haver uma crise alimentar nos próximos dias, devido às dificuldades que se registam no abastecimento dos produtos da primeira necessidade. Com o bloqueio da Estrada Nacional nº. 380, pelos terroristas, os comerciantes têm enfrentado dificuldades para abastecer as unidades comerciais, sendo que a via marítima e a estrada Palma-Nangade continuam sendo as únicas alternativas.
Aliás, algumas fontes referem que os preços dos produtos têm sido excessivamente inflacionados. Por exemplo, o preço da gasolina chega a custar 300 Meticais, o litro, contra os pouco mais de 64 Meticais, recomendados pelo Governo.
Entretanto, o desembarque dos deslocados, provenientes das ilhas próximas do distrito de Mocímboa da Praia, continua a aumentar. Tal como na cidade de Pemba, quase que diariamente chegam barcos, em Palma, transportando pessoas de quase todos os pontos da zona norte da província. O Administrador de Palma, Agostinho Tauabo, disse ao jornal Dossiers & Factos que o seu distrito já recebeu cerca de seis mil famílias, correspondente a 34.880 pessoas, deslocadas de Mocímboa da Praia. (Carta)