Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
segunda-feira, 22 junho 2020 05:42

“Mariano Nhongo tem a soberana oportunidade de juntar-se ao processo de DDR” – diz a Renamo

O Porta-voz do maior partido da oposição, José Manteigas, defendeu, este domingo, que o líder da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, deve juntar-se ao processo que deverá culminar com o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo.

 

Segundo José Manteigas, tendo em conta os avanços que o processo está a conhecer, o líder dissidente tem agora uma oportunidade soberana para o efeito. Nesta óptica, Manteigas apela ao bom senso do líder da auto-denominada Junta Militar.

 

“Aconselhamos Mariano Nhongo a ter bom senso. Ele tem esta soberana oportunidade de juntar-se ao processo que tem em vista o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração, ora em curso”, disse a fonte, em entrevista à “Carta”, este domingo.

 

Na última sexta-feira, em entrevista à STV, Mirko Manzoni, enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas e Presidente do Grupo de Contacto, disse que o líder da auto-proclamada Junta Militar da Renamo é inflexível e que todas as tentativas de diálogo, tendo em vista a aproximação de posições, fracassaram.

 

Manzoni disse ainda que o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, tentaram dialogar com Mariano Nhongo, mas este último jamais mostrou abertura e disponibilidade para o efeito.

 

Mariano Nhongo e seus correligionários contestam, desde o ano passado, a liderança de Ossufo Momade, que assumiu a direcção máxima do partido após a morte de Afonso Dhlakama. Nhongo defende que Ossufo Momade não é o presidente dos “genuínos” militantes da Renamo e muito menos tem legitimidade para conduzir o DDR.

 

De acordo com as autoridades policiais, a auto-proclamada Junta Militar da Renamo é responsável pelos ataques armados que têm estado a ocorrer na região centro do país, concretamente nas províncias de Manica e Sofala.

 

Na passada sexta-feira, a Polícia da República de Moçambique, em Sofala, fez saber que a auto-denominada Junta Militar da Renamo, liderada, na ocasião, por André Matsangaissa Júnior (sobrinho de André Matsangaissa, fundador e primeiro comandante em chefe da Renamo), raptou e assassinou o director da Escola Primária de Marrongamisse II, localizada na localidade de Grudja, distrito de Búzi, em Sofala.

 

No âmbito do processo de DDR, recorde-se, foi encerrada, no passado dia 13 de Junho, a primeira base do maior partido da oposição do xadrez político nacional. O retromencionado processo, que está a decorrer de forma faseada devido às medidas de prevenção contra a pandemia da Covid-19, prevê abranger cerca de 5 mil guerrilheiros daquele que é o maior partido da oposição do xadrez político nacional. (Carta)

Sir Motors

Ler 7918 vezes