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terça-feira, 09 junho 2020 05:18

Uma semana após o ataque a Macomia: O que se diz em algumas comunidades?

Foi há mais de uma semana que os insurgentes atacaram a vila-sede do distrito de Macomia, província de Cabo Delgado, uma incursão que resultou na ocupação temporária (por três dias) daquela sede distrital.

 

Como tem sido hábito, “Carta” voltou a contactar as suas fontes para recolher mais dados em torno do ataque. Residentes das aldeias Nova vida, Nova Zambézia, 5º Congresso, Chai-sede e Litamanda descrevem um cenário de luto e destruição, resultante da acção macabra dos malfeitores.

 

À “Carta”, um residente da Nova Zambézia contou que o movimento que caracterizava a aldeia já desapareceu, tendo-se tornado numa aldeia fantasma. O gado caprino, afirma, encontra-se à deriva, em virtude de as famílias terem abandonado aquela aldeia.

 

A fonte revela que algumas famílias se refugiaram nas aldeias Nkoe e Licangano, para além da cidade de Pemba e outros pontos das províncias de Cabo Delgado e Nampula. Emocionada, a fonte afirmou: “não consigo entender como um moçambicano tem coragem de matar outro moçambicano. Estávamos a lutar para desenvolver as nossas vidas, mas tudo foi abaixo. Nós estamos prontos para combater, mas não temos armas. Há gente com experiência de guerra dos 10 anos. Se usam magia, há combatentes que ainda sabem disso”, assegurou a fonte.

 

Litamanda é outra aldeia que se encontra deserta, depois da ofensiva dos terroristas nos dias 28, 29 e 30 de Maio último. A população desta aldeia, assim como os refugiados provenientes da aldeia de Miangalewa, no vizinho distrito de Macomia, refugiou-se noutras aldeias do distrito, como a aldeia Muambula.

 

Em Muambula, narram as fontes que residiam em Litamanda, o Secretário daquele bairro teve de promover uma campanha de angariação de produtos alimentares junto da sua população para ajudar as famílias que acabavam de chegar naquele ponto.

 

Já na própria vila de Macomia, descreve-se um ambiente de angústia e medo generalizados. As fontes, naquele ponto do país, referem que, na noite de quinta-feira, residentes do bairro Changane correram para as matas, depois de ouvir que havia tiroteio na região. (Carta)

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