A capacidade de Moçambique de processar o Credit Suisse e a Privinvest em Londres está a ser avaliada com audiências de gestão de processos relativas ao caso que a PGR moveu contra o banco e a construtora naval franco-libanesa.
Concretamente, o juiz do caso está a avaliar os últimos progressos - ou falta de - que Moçambique fez no fornecimento de provas documentais.
Um julgamento está marcado para outubro deste ano, mas corre actualmente o risco de não acontecer, em grande parte devido ao incumprimento do Presidente Filipe Nyusi em fornecer provas sobre os pagamentos que lhe terão sido feitos, e também provas de instituições próximas da presidência. A Procuradoria-Geral da República está tentando atender aos pedidos do tribunal, mas parece impotente para obrigar o presidente a cooperar, escreve o Zitamar.
Se Nyusi continuar a obstruir o fornecimento de provas, o julgamento pode desmoronar e ser totalmente cancelado, diz aquela publicação. Este é um momento delicado para o presidente, que busca um terceiro mandato.
“Se Nyusi quer um terceiro mandato, tem de assegurar a sua popularidade junto do país e do partido. Inviabilizar o julgamento do caso que levou Moçambique à maior crise económica da sua história não seria uma boa ideia. Mas talvez ele esteja a calcular ser menos prejudicial do que deixar a verdade ser exposta publicamente no tribunal”, opina o Zitamar. (Carta)