Um grupo de trabalhadores da Montepuez Ruby Mining Limited (MRM) não compareceu aos seus postos de trabalho, nesta terça-feira (28), em reivindicação do aumento salarial e melhores condições de trabalho. Uma nota enviada à nossa redacção indica que a paralisação interrompeu uma série de actividades da empresa.
Através de cânticos, os trabalhadores protestaram junto dos escritórios da MRM, impedindo de trabalhar os colegas que não aderiram à paralisação, o que levou a empresa a tomar medidas de segurança para proteger o acampamento, através da Polícia da República de Moçambique.
A nota refere ainda que este tipo de acção encetada pelo grupo de trabalhadores só beneficia o sindicato de mineradores ilegais que opera na área, uma vez que o mecanismo de protecção do projecto foi efectivamente desviado para a gestão da paralisação.
“Embora este grupo de trabalhadores não tenha seguido o processo sindical estabelecido para questões deste tipo, a MRM espera que, trabalhando com o sindicato reconhecido e as autoridades laborais estatais, se encontre uma solução para a situação em breve″, refere a nota.
O documento aponta que os trabalhadores afectos à MRM estão organizados sob forma de um sindicato reconhecido, que representa os interesses de cada trabalhador da empresa, mas desta vez não foi feita qualquer comunicação formal sobre a paralisação.
A entidade patronal foi colhida de surpresa apenas com uma carta do grupo que só chegou à direcção da MRM no fim do dia 27 de Março e, nestes termos, viu-se obrigada a informar as autoridades distritais, provinciais e nacionais sobre a paralisação considerada ilegal.
A MRM teme que os prejuízos resultantes da paralisação das operações afectem os resultados do próximo leilão, considerado um dos principais impulsionadores de receitas e contribuições fiscais na província de Cabo Delgado.
Por outro lado, esclarece que o bem-estar da força de trabalho da companhia é de extrema prioridade para a empresa, o que tem sido demonstrado ao longo dos anos em gestos como manutenção dos empregos e pagamento de salários aos trabalhadores durante todo o ano de interrupção das actividades devido à pandemia de Covid-19. (Marta Afonso)