A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) provou, na manhã desta segunda-feira (27), com números, que a indústria de raptos está, de facto, a prejudicar os empresários e, por consequência, o ambiente de negócios no país.
O presidente da CTA, Agostinho Vuma, adiantou que, dados preliminares de um estudo que a agremiação está a fazer sobre o fenómeno, revelam que 2.2 mil milhões de Meticais foram extorquidos aos empresários raptados até 2022.
“Excelências, fizemos referência a 2.2 mil milhões de Meticais, do que foi extorquido, não temos o número vertiginoso relativo à exportação e fuga de capitais temendo esse fenómeno”, sublinhou Vuma, dirigindo-se ao Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, e a empresários durante o IX Conselho de Monitoria do Ambiente de Negócios (CMAN), que decorre em Maputo, no âmbito do Diálogo Público-Privado (DPP).
Face à dor, morte às famílias dos empresários raptados e impacto negativo que o fenómeno provoca ao ambiente de negócios em Moçambique, Vuma lamentou a contínua sofisticação do fenómeno, tendo na ocasião apelado ao Governo para levar a cabo acções para acabar com o mal.
Um dos últimos raptos que chocou a sociedade aconteceu a 14 de Dezembro de 2022, no bairro do Fomento, cidade da Matola. A vítima foi o empresário Hayyum Ali Mamade, que era proprietário da rede de sorveteria Vanilla e de um centro de lojas para comércio na referida cidade e dono de um grupo de lojas da marca Kids Us. O mais chocante é que quase duas semanas depois, o empresário foi dado como morto, nas mãos dos raptores.
Além do crime dos raptos, na ocasião, a CTA queixou-se do terrorismo que, no seu entender, também afecta a melhoria do ambiente de negócios.
“Enquanto enaltecemos os progressos no teatro operacional norte, cujos reflexos vislumbram-se no regresso das populações e uma tímida retoma da actividade empresarial nas zonas outrora fustigadas pelos ataques dos terroristas, apelamos ao governo para encetar de forma decisiva acções conducentes a erradicar o fenómeno dos raptos, visto que a segurança e estabilidade são premissas essenciais para atracção de investimentos e a prossecução da actividade económica”, apelou o Presidente da CTA.
O IX CMAN tem como objectivo avaliar o nível de execução das prioridades de reformas que constam do Plano de Acção para Melhoria do Ambiente de Negócios (PAMAN) e a implementação das medidas do Plano de Aceleração Económica (PAE). O CMAN é o órgão superior de gestão e monitoria do DPP, liderado pelo Primeiro-Ministro e coordenado pelo Ministro da Indústria e Comércio, ponto focal do Governo para assuntos do Sector Privado.
Participaram no CMAN membros do Governo e outros quadros relevantes no processo do DPP. Do lado do Sector Privado, participaram, para além do Conselho Directivo da CTA, os Presidentes dos Pelouros e dos Conselhos Empresariais Provinciais e parceiros. (Evaristo Chilingue)