Segundo avança o Médico Gastroenterologista do Hospital Central de Maputo (HCM), Abdul Gany Mussagi, hepatites são infecções virais causadas por vírus com o mesmo nome e se agrupam em cinco, das quais, hepatites A, B, C; D, E, sendo que cada uma apresenta suas características particulares.
Informações partilhadas no site oficial do HCM, apontam que, geralmente, as hepatites A e E têm como causas a ingestão de alimentos e água contaminados ou por outra contaminação fecal oral.
Porém, para Abdul Gany Mussagi, especialista nesta área, as hepatites B, C e D resultam de relações sexuais não protegidas (sem preservativo), por transfusão sanguínea, transmissão vertical de mãe para filho durante a gravidez ou parto e uso de objectos cortantes contaminados.
Entretanto, no que diz respeito aos objectos cortantes, Mussagi vai mais fundo e alerta aos gestores de salões de beleza para que tenham sempre o cuidado de desinfectar os objectos utilizados para o corte de cabelo, barba e unhas pois, podem constituir focos de contaminação quando não forem higienizados.
Mussagi revela ainda que, em Moçambique, a hepatite mais predominante é a B que, segundo explica, quando não controlada, pode evoluir para doença crónica e provocar danos ao organismo.
“Das possíveis complicações que podem ser provocadas pela falta de controlo da hepatite, o problema do fígado é dos mais comuns, visto que este pode ficar acometido por longos anos, chegando a desencadear uma cirrose hepática que consiste no endurecimento do fígado e perda da sua capacidade funcional.
Para além desta complicação, há fortes indícios de evoluir para o cancro de fígado, que actualmente tende a crescer em Moçambique, onde as estatísticas denunciam a existência de 15 a 20% da população adulta vivendo com a doença”, explicou.
De acordo com Abdul Gany, os sintomas da hepatite variam de indivíduo para indivíduo e explica que há pessoas que podem ter hepatite e nunca desenvolver a doença, no entanto, sintomas como coloração amarela dos olhos e pele, urina muito escura, fezes meio esbranquiçadas ou cinzentas, abdómen distendido por acúmulo de líquidos, vômitos com sangue, entre outros, podem denunciar a presença da doença.
As crianças são menos propensas à doença, devido à vacina preventiva que tomam logo à nascença, porém, os jovens da faixa etária dos 25 aos 40 anos de ambos os sexos integram a lista dos afectados, dada a exposição. (Marta Afonso)