O Relatório e Contas da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), referente ao exercício económico findo a 30 de Junho de 2020 e, recentemente, publicado, dá conta que o resultado líquido (lucro) da companhia triplicou, ao passar de 515.8 milhões de Meticais, em 2019, para 1.5 mil milhões de Meticais este ano.
Todavia, o valor dos activos (bens, como o dinheiro em caixa, entre outros direitos) da ENH caiu em 2020. O Relatório Individual (não inclui contas das empresas subsidiárias e afiliadas) mostra que, em 2019, a companhia detinha um activo total avaliado em 115.8 mil milhões de Meticais, mas, em 2020, caiu para 81.02 mil milhões de Meticais.
A depreciação do valor dos activos é a única mancha visível no balanço da ENH, actualmente liderada por Estevão Pale, após a saída de Omar Mithá. É que, em 2020, a ENH conseguiu reduzir consideravelmente o passivo (conjunto de dívida e obrigações da empresa, para com os clientes, fornecedores ou ao Governo, em impostos). O informe mostra que o passivo total daquela empresa pública reduziu de 102.5 mil milhões de Meticais, em 2019, para 65.04 mil milhões em 2020.
O capital próprio da empresa também verificou alterações positivas, ao passar de 13.2 mil milhões de Meticais, em 2019, para 15.9 mil milhões de Meticais, em 2020.
Perante esse balanço, o Conselho de Administração da ENH diz não haver motivos que possam, num futuro breve, levar a empresa a descontinuar suas operações, nomeadamente, prospecção, pesquisa, desenvolvimento, produção, transporte, transmissão e comercialização de hidrocarbonetos e seus derivados, incluindo a importação, recepção, armazenamento, manuseamento, trânsito, exportação, transformação e refinação desses produtos.
A Delloite & Douth (Moçambique), que auditou as contas da ENH, concorda com a apropriação do uso, pela Administração do pressuposto da continuidade da empresa no futuro, com base na prova de auditoria obtida.
Entretanto, “conforme descrito na Nota 30 das Notas às demonstrações financeiras, dependendo da profundidade e extensão temporal dos impactos disruptivos desta pandemia [Covid-19], a actividade e rendibilidade da Empresa [ENH], incluindo a valorização dos seus activos, será afectada em maior ou menor grau. A nossa opinião não é modificada com relação a esta matéria”, enfatiza a Delloite & Douth (Moçambique). (Evaristo Chilingue)