Grupos de terroristas continuam a circular nas aldeias do Posto Administrativo de Mucojo e, com frequência, "visitam" a aldeia de Pangane, actualmente refúgio de muitas famílias que decidiram regressar às suas casas, vindas da vila de Macomia, ou que se dirigem à região para pescar e fazer alguns negócios.
Antes dos ataques terroristas, a sede da localidade Pangane foi um importante centro pesqueiro e comercial ao nível do distrito de Macomia. A presença dos terroristas, mais conhecidos por "mababus" nas aldeias de Mucojo, e de modo particular em Pangane, ocorre quase sempre, não obstante as frequentes patrulhas conjuntas das forças moçambicanas e ruandesas tendentes a eliminar os insurgentes naquela região de Cabo Delgado.
Fontes disseram à "Carta" que, muitas vezes, os terroristas chegam a Pangane durante a noite, após a passagem das patrulhas rotineiras das forças ruandesas. "Os “mababus” aparecem todos os dias em Pangane, mas não se cruzam com as forças ruandesas. Muitas vezes, chegam à noite, conversam com os populares, compram algumas coisas e vão-se embora. Na semana passada, vieram muitos, cerca de 40 a 50 homens. Eles saíram por volta das 21h00, levando os produtos que compraram", relatou um comerciante de Macomia que tem frequentado Mucojo.
As fontes também avançaram que, apesar da aparição dos terroristas na zona de Mucojo, a circulação de viaturas e de pessoas e bens, bem como o regresso das famílias, ocorre normalmente. Os moradores justificam que ainda confiam nas forças ruandesas, que continuam a manter boas relações com a população, mesmo com a presença dos terroristas. (Carta)