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terça-feira, 20 setembro 2022 09:06

MEF desafia EMOSE a aflorar oportunidades na indústria de gás

O governo desafiou a Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) a aflorar oportunidades na indústria de extracção de gás natural que se desenvolve no país, principalmente na província de Cabo Delgado, norte do país. O desafio foi apresentado na semana finda pelo vice-Ministro da Economia e Finanças, Amílcar Tivane, durante o lançamento da comemoração dos 45 anos da criação da empresa.

 

“A EMOSE tem demonstrado sinais de resiliência, a melhoria gradual nos índices de rentabilidade. Porém, é necessário posicionar a empresa para os desafios actuais e futuros, tendo em conta que Moçambique está a estruturar-se para se tornar num grande exportador na indústria do gás”, afirmou Tivane.

 

Esse desafio chega numa altura em que a EMOSE é uma das 19 seguradoras que operam no país que segura o Projecto Coral Sul FLNG avaliado em 7 biliões de USD e que está prestes a começar a produzir gás natural liquefeito na Área 4 da Bacia do Rovuma.

 

Para além do sector de hidrocarbonetos, o vice-Ministro da Economia e Finanças desafiou a EMOSE a levar o serviço do seguro às micro, pequenas e médias empresas, bem como às camadas da população mais carenciadas.

 

O Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), que é o accionista maioritário da EMOSE, também apresentou desafios para a maior e mais antiga empresa de seguros do país. Discursando na ocasião, o Administrador Executivo do IGEPE, Raimundo Matule, disse que um dos principais desafios da EMOSE é de assegurar maior rentabilidade para incrementar os dividendos aos accionistas.

 

“É com base nos dividendos deste tipo de empresas que o IGEPE financia as suas actividades, inclusive procura apoiar as outras empresas do sector empresarial do Estado que atravessam dificuldades. Portanto, a EMOSE deve assegurar a mais alta rentabilidade de cada Metical investido, não bastando a representatividade em todo o país e liderar em termos de quota de mercado”, disse o Administrador do IGEPE. 

 

Na cerimónia também foram chamados os antigos gestores/fundadores da EMOSE, dentre os quais, Prakash Ratilal que foi um dos fundadores e primeiro Director Executivo da empresa. Contou que os principais desafios enfrentados foram principalmente humanos e técnicos. Segundo Ratital, em 1977, ano da fundação, grande parte da massa laboral não tinha quinta classe, tendo a gestão sido obrigada a criar um centro de formação para minorar o problema.

 

Outro Gestor, César Madivadua, desempenhou o cargo de Administrador Delegado de 2005 a 2014. Contou que, durante o período das suas funções, constatou que a massa laboral da EMOSE era demasiada. Até 2005, a fonte disse que a empresa contava com pouco mais de 700 trabalhadores, quando eram necessários apenas cerca de 200 funcionários. “Para resolver o problema, a EMOSE tinha de fazer uma reforma na massa laboral que culminaria com a indemnização de funcionários. Entretanto, não havia dinheiro para tal, com tanta dívida que tinha. A empresa viu-se obrigada a vender 10% das suas acções para conseguir pagar as indemnizações”, explicou Madivadua.

 

Por seu turno, o Presidente do Conselho de Administração da EMOSE, Joaquim Langa, assegurou na ocasião que, após uma profunda transformação institucional, a empresa define como missão assegurar pessoas, bens, serviços e negócios com total garantia, contribuindo activamente para o desenvolvimento sócio-económico nacional. Com isso, Langa assegurou que a EMOSE vai consolidar consistentemente a liderança na quota de mercado, como também conseguir a maior margem de solvência do mercado graças à robustez financeira sustentável e uma liquidez considerável e a superação de todos os indicadores fixados pelo regulador e standards do mercado. 

 

A EMOSE também usou da ocasião para lançar o concurso jornalístico, denominado “Seguros para Todos” para incrementar a literacia e consumo do seguro no país. (Evaristo Chilingue

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