Apesar da falta de confirmação por parte das autoridades moçambicanas e russas, fontes não autorizadas a nível das Forças de Defesa e Segurança (FDS), assim como pesquisadores independentes sobre a matéria, confidenciaram à “Carta” que Moçambique recebeu diverso material bélico para fazer face aos ataques que ocorrem na província de Cabo Delgado, desde o passado dia 05 de Outubro de 2017, tendo já produzido um número indeterminado de vítimas humanas, entre insurgentes, civis e militares.
As fontes ouvidas pelo nosso jornal revelaram-nos que o Antonov An-124, pertencente a Russian Air Force, com o registo RA-82038, saiu no passado dia 24 de Setembro da Síria com destino a Moçambique, tendo aterrado no Aeroporto Militar de Nampula no passado dia 25 de Setembro. Aliás, contrariamente ao que “Carta” e outros órgãos de comunicação social avançaram, a descarga do material aconteceu no Aeroporto Militar de Nampula e não Internacional de Nacala. Também está em curso um exercício titânico da inteligência para descobrir quem difundiu as imagens.
Entretanto, nossas fontes revelaram-nos que o Antonov An-124 transportava três helicópteros russos do tipo MI-17, que foram prontamente distribuídos por algumas áreas estratégicas para o controlo e combate aos insurgentes. De acordo com a fonte, um helicóptero foi destinado ao distrito de Palma, onde se encontram os mega-projectos de gás e uma das mais afectadas pela insurgência. Outro foi alocado à base militar de Mueda, onde estão concentradas as operações militares. O terceiro está no Quartel Regional de Nacala-Porto.
Refira-se que o material chega num período em que o governo moçambicano endurece o discurso em relação ao combate a este fenómeno, com o Presidente da República a pedir o ponto final à situação e o Ministro da Defesa Nacional a falar da eliminação do grupo, que só no presente mês já realizou mais de 10 incursões, em distritos como Macomia, Palma, Muidumbe e Mocímboa da Praia, tendo assassinado mais de 30 civis e militares.
Embora haja cepticismo quanto à intervenção do Estado Islâmico nos ataques, o facto é que a organização terrorista tem emitido comunicados em algumas plataformas, Twitter e Telegram, reivindicando os ataques e exibindo armamento bélico supostamente roubado às FADM.
Sublinhar que as aldeias Milamba, Pequeue, Natugo 2, Gaza, Namaneco e Mitacata, no Posto Administrativo de Quiterajo, Nagulue, Simbolongo e Nambija 2, no Posto Administrativo de Mucojo, todas localizadas no distrito de Macomia, aos poucos vão se tornando zonas fantasmas, devido à retirada da população. (Carta)