A mesma quantidade de líquido num mesmo copo é vista de forma diferente: para os optimistas é meio copo cheio, para os pessimistas é o meio copo vazio. Este detalhe pode ser definido como atitude.
Esta introdução deve-se ao facto de estarmos a ser bombardeados com políticas de natalidade descontextualizadas da nossa realidade:
- Africa tem 60% de área agrícola disponível (mas não cultivada) do globo; (WEF)
- Em 2050 vamos ter 2 biliões de pessoas; (FAO)
- Temos potencial hídrico suficiente para 3 biliões de pessoas; (FAO)
- Temos a maior percentagem de população jovem do globo, 65% têm menos de 20 anos; (INE)
- Os nossos índices de produção são baixos, maior parte da população está na produção primária, contribuindo somente com 20% do PIB. (INE)
O resto do mundo, em particular a Europa, está num processo de envelhecimento rápido, sendo a União Europeia o caso mais grave, com índices demográficos negativos há 30 anos. Diga-se, atingiu o ponto de não retorno, por mais alterações políticas que se façam para reverter a negatividade demográfica dos caucasianos, nada mais há a fazer.
As estatísticas da UNFPA dizem que a média de natalidade na Europa é de 1.3%, por família caucasiana. Os Árabes e Africanos europeus têm uma média de natalidade de 4,5% por família.
Os Livros Sagrados dizem que Deus criou o Universo com recursos suficientes para humanidade, e eu acredito. Se foi este mesmo Deus que criou a sincronização dos diferentes sistemas no Universo, porquê estaria errado nesta premissa?
A Europa Ocidental pós-recolectores começou a usar a agricultura 5000 anos após a sua descoberta, através de emigrantes idos, há 7.000 anos, do Oriente Médio e Sul do Mediterrâneo, nomeadamente: Árabes, Persas e Africanos, respectivamente. (BBC)
Esta Europa, como a conhecemos hoje, é o continente mais conflituoso do mundo, tendo protagonizado os maiores genocídios, as maiores e mais cruéis guerras jamais vistas, como sejam: a Inquisição, a Guerra dos 30 anos, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.
Depois da Segunda Guerra “mundial” em 1946, a Europa viveu um longo período de ausência de conflitos, tendo subscrito um modelo social democrático, assente na Previdência Social: o cidadão trabalha, contribui com aproximadamente 50% dos seus ganhos em forma de impostos e outras taxas contributivas. Nestes pressupostos, o Estado garantiria um bom sistema de educação, saúde e pensão na reforma, correspondente à qualidade de vida de cada contribuinte.
Este modelo de governação funcionou com sucesso até que os seus beneficiários se tornaram egoístas, ao ponto de não quererem constituir família, ou fazendo-o mais tarde possível, em nome de uma carreira profissional ou o prazer da qualidade de vida. Os bons serviços de saúde proporcionam uma vida longa, falando-se actualmente na quarta-idade.
Este egocentrismo dos europeus reduziu o número de famílias, o índice de natalidade e propiciou o abandono dos seus pais e avos, nos lares da quarta-idade.
Esta baixa natalidade e a longevidade para quarta-idade, destruiu a sustentabilidade da Social Democracia. Neste momento, os actuais contribuintes na União Europeia não irão receber as reformas para as quais descontam, porque há mais beneficiários do que contribuintes.
O envelhecimento da população tem vários impactos negativos, porém, podemos destacar, dentre eles: A baixa competitividade, a falta de criatividade e de inovação e a insustentabilidade económica.
Vale lembrar que o binómio oferta e procura determina a evolução. A natureza ensina-nos, como os velhos leões (fora do núcleo familiar), a caçar vítimas fragilizadas (africanos) para sobreviver.
Esta é a razão pela qual os governos e dirigentes africanos, incompetentes e fragilizados, deixam as ONGs (velhos leões) difundirem propaganda provadamente errada, com consequências catastróficas. Esquecem-se que, se não houver seres humanos, não haverá vida racional.
Neste momento, para sobreviver, a Europa está a regressar ao tempo da “pirataria”, colonização, imposição de conflitos, para se apropriar dos recursos humanos e naturais.
Quando a Rússia bloqueou a rota dos cereais, vindos da Ucrânia no Mar Negro, os líderes europeus discursaram nos diversos fóruns, inclusive nas Nações Unidas, que Africa iria passar fome, devido ao bloqueio dos portos no Mar Negro.
Até 24 de Setembro de 2022 saíram desses portos 211 navios com cereais, carregando 4.7 milhões de toneladas a coberto da Bandeira das Nações Unidas. Destes, só 14 navios vieram para África, o que representa 7% dos navios com cereais.
Africa passou fome? Não! Porquê? Porque a alimentação básica dos africanos é a mandioca, a banana e os vegetais, felizmente. Continuamos (africanos) a cometer os mesmos erros e a esperar resultados diferentes.
A luta Continua!
Amade Camal
06.Dez.2022