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17 de Fevereiro, 2025

Moçambicana Anabela Rungo, mãe da Miss Universo África e Oceânia, detida por suposta residência ilegal na África do Sul

 

Anabela Rungo, mãe da Miss Universo África e Oceania, Chidimma Adetshina, foi detida no sábado (15) na Cidade do Cabo, por suposta residência ilegal na África do Sul. Os seus documentos sul-africanos foram confiscados no ano passado, alegadamente por terem sido obtidos de forma fraudulenta. No momento da sua detenção, Rungo estava com o filho menor de Adetshina, o que levou as autoridades a envolver o Departamento de Desenvolvimento Social e os Serviços de Protecção Infantil da Polícia para garantir o bem-estar da criança.

 

O Departamento de Assuntos Internos confirmou que Rungo, de nacionalidade moçambicana, foi detida no sábado numa residência na Cidade do Cabo, numa operação conjunta de investigadores de Assuntos Internos e da Polícia Sul-Africana, por alegações de obtenção fraudulenta de um documento de identidade sul-africana.

 

Anabela Rungo foi considerada inelegível em Setembro do ano passado para continuar a viver na África do Sul, depois que foi descoberto que ela teria cometido fraude de identidade para obter a cidadania. O estatuto de Rungo foi posto em causa no ano passado após a polémica em torno da participação da filha Chidimma Adetshina, no concurso de beleza Miss África do Sul.

 

Mais tarde, foi revelado que Adetshina não era elegível para concorrer, uma vez que não era cidadã sul-africana. A cidadania de Adetshina ganhou destaque o ano passado quando ela ficou entre as dez primeiras do concurso Miss África do Sul, com muitos questionando a sua nacionalidade devido ao seu nome.

 

A rainha da beleza explicou na altura que nasceu de um pai nigeriano e de uma mãe sul-africana de ascendência moçambicana. No entanto, uma investigação do Departamento de Assuntos Internos encontrou evidências de possível fraude de identidade supostamente cometida por sua mãe.

 

A participação de Chidimma Adetshina, agora com 24 anos de idade, no concurso nacional de beleza criou no ano passado uma polémica na África do Sul, assim que foi revelado que o seu pai é nigeriano e sua mãe tem raízes em Moçambique.

 

Adetshina desistiu do concurso, mas aceitou uma oferta para competir no Miss Universo Nigéria, onde foi coroada vencedora, e também foi coroada a segunda colocada no Concurso Miss Universo de 2024, além de ganhar o título de Miss Universo África e Oceania, representando todas as mulheres africanas no cenário global.

 

Desde que participou do concurso de beleza sul-africano, Chidimma enfrentou constantemente a questão da identidade, principalmente por causa do seu nome, que não tem origem na África do Sul, mas sim na Nigéria.

 

A porta-voz do Departamento dos Assuntos, Siya Qoza, acusou Adelina Rungo de desafiar deliberadamente as leis de imigração da África do Sul, apesar de ter sido declarada indesejável.

 

“Parece que Rungo desafiou o seu estatuto de ‘indesejável’ através do seu passaporte moçambicano.  Estão em curso investigações sobre outras possíveis declarações falsas e conduta fraudulenta. Depois de ser processada pelo Departamento de Assuntos Internos por causa da sua residência ilegal continuada na África do Sul, será entregue à Polícia, uma vez que também é objecto de uma investigação dos Hawks [Direcção de Investigação de Crimes Prioritários]”, acrescentou.

 

Em Setembro de 2024, os documentos oficiais sul-africanos de Anabela Rungo foram revogados devido a uma alegação de fraude de identidade na obtenção da cidadania, tornando-a inelegível para residir no país. Desrespeitando a ordem das autoridades, Rungo estaria a residir na Cidade do Cabo com a irmã de Chidimma, usando o seu passaporte moçambicano. (Times live)

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