O Millennium bim, em parceria com o Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM) e o Centro Cultural Moçambicano-Alemão (CCMA), inauguraram no passado dia 11 de fevereiro a exposição “Madjoni-Djoni – Retratos de Mineiros e Famílias Moçambicanas na África do Sul”, do artista moçambicano Nuno Silas. A mostra, apoiada pelo Millennium bim no âmbito do seu programa de Responsabilidade Social “Mais Moçambique Pra Mim”, explora a história da migração laboral moçambicana para a vizinha África do Sul e os impactos desta experiência na identidade cultural do País.O Millennium bim, em parceria com o Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM) e o Centro Cultural Moçambicano-Alemão (CCMA), inauguraram no passado dia 11 de fevereiro a exposição “Madjoni-Djoni – Retratos de Mineiros e Famílias Moçambicanas na África do Sul”, do artista moçambicano Nuno Silas. A mostra, apoiada pelo Millennium bim no âmbito do seu programa de Responsabilidade Social “Mais Moçambique Pra Mim”, explora a história da migração laboral moçambicana para a vizinha África do Sul e os impactos desta experiência na identidade cultural do País.
Numa abordagem multidisciplinar, integrando fotografia, pintura, instalação e vídeo, a exposição oferece uma visão abrangente sobre a realidade dos mineiros moçambicanos desde o século XIX. O trabalho de Nuno Silas evidencia não apenas as duras condições a que estes trabalhadores foram submetidos, mas também as estratégias de resistência e reinvenção cultural que emergiram nesse contexto.
Memória e Identidade em movimento
A exposição revisita o fenómeno da migração de moçambicanos para as minas sul-africanas, motivada pela busca de melhores condições de vida e, em determinados períodos históricos, pela fuga ao recrutamento militar. Durante o regime do Apartheid, estes trabalhadores enfrentaram exploração extrema e segregação racial, mas também desenvolveram formas próprias de preservação da sua identidade, como a dança makwayela, símbolo de resistência e pertença.
Através de imagens e instalações interativas, “Madjoni-Djoni” não se limita a um registo histórico, mas abre espaço para uma reflexão sobre os impactos contemporâneos da migração e da luta por dignidade e reconhecimento.
Para Moisés Jorge, PCA do Millennium bim, o apoio a esta exposição reforça a missão do banco de valorizar a arte e a história de Moçambique. “Apoiar esta exposição é uma forma de dar visibilidade às narrativas que moldaram o nosso país e que continuam a influenciar a nossa sociedade.
Os retratos dos mineiros e das suas famílias retratam uma parte fundamental da nossa história, evidenciando os desafios e as contribuições dos moçambicanos na diáspora. Sentimo-nos honrados por contribuir para que este legado seja contado e reconhecido, reforçando o nosso papel na promoção de debates culturais essenciais”.
Ainda sob a umbrella da migração, realizou-se a conferência “Migração e Movimentos de Resistência: A Jornada e os Desafios”, moderada por Nuno Silas e que contou com a presença de artistas, académicos e investigadores de diversas áreas, incluindo literatura, música, cinema e antropologia, para debater as dinâmicas da migração e as formas de resistência que surgem neste processo.
Com uma abordagem interdisciplinar, a conferência foi uma oportunidade para refletir sobre os impactos culturais, sociais e políticos das migrações, tanto nos países de origem como nos de destino.
A exposição “Madjoni-Djoni – Retratos de Mineiros e Famílias Moçambicanas na África do Sul” estará patente ao público no CCFM e no CCMA até 29 de Março de 2025. (Carta da Semana)