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30 de Julho, 2021

Hambanine João Matola, despede-se o jornalista Arão Cuambe

Mal refeito do choque causado pela morte do Edmundo Galiza Matos(Pai), ocorrida há sensivelmente um mês e meio,  outra voz da Rádio Moçambique deixa de estar entre nós.

 

Ontem ao entardecer, ligou-me, com uma voz embargada, a Conceição Sueia, locutora da RM, para dar-me conta da morte do João Matola.

 

Fiquei chocado e inconformado. Nada fazia prever que a gripe de que ele padecia nos últimos cinco dias piorasse e provocasse esta morte fatídica.

 

Conheci o João Matola em 1990 na Rádio Moçambique. Eu na delegação da Beira da RM e  ele na Sede. Em 1992,  transfiro-me para Maputo e a minha relação com o Matola cimenta-se. João Matola era um homem de causas e metas bem definidas na vida.

 

Vai daí que, como corolário das suas lutas, o Matola segue para Lisboa para frequentar um Curso Superior de Jornalismo, na Universidade Nova, de 1995 a 1999.

 

Durante esse tempo, mantivemos contacto esporádico quando ele viesse ao país de férias.

 

Já de regresso ao País, o João Matola teve uma passagem fugaz pelos serviços comerciais da Rádio Moçambique. Não era propriamente sua praia e não tardou que fosse nomeado Director Adjunto de Informação, em resultado da experiência que detinha.

 

Nesta qualidade guardo com nostalgia a cobertura que juntos fizemos da reversão da Barragem de Cahora Bassa para Moçambique. Foram sete dias no Songo, em que juntamos o útil ao agradável. Ao longo do dia estávamos empenhados no trabalho. Ao final do dia, o João, como um bom “marronga”, com passagem pelas escolas portuguesas, actuava como meu enólogo fazendo-me provar desde a Casa de Insua, de casta agradável, e um bom borba, entre outros vinhos Portugueses.

 

No seu percurso profissional, João Matola exerceu também funções de Director do Centro de Formacao da Rádio Moçambique e Delegado desta estação em Nampula. Foi correspondente durante 5 anos da RDP África em Moçambique. Nessa qualidade, sempre que estivesse indisponível encarregava-me de fazer a vez dele.

 

Mais tarde passei a ser correspondente efectivo da RP África, uma vez que o Matola, estando a ocupar cargos de gestão, na RM já não tinha disponibilidade para continuar a colaborar na RDP África.

 

Nos últimos dias trabalhávamos lado a lado na edição de jornais, debates, entre outros gêneros jornalísticos. O Matola vai juntar-se a outros grandes ícones da RM, nomeadamente Emilio Manhique, Edmundo Galiza Matos, Ezequiel Mavota e Noé Massango, entre outros.

 

Hambanine Brother

 

(Arão Cuambe, jornalista da RM)

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