O negócio milionário entre as mineradoras Vale Moçambique e a indiana Vulkan vai render ao Estado moçambicano no mínimo 20 milhões de USD (cerca de 1.3 bilião de Meticais) em mais-valias. O dado foi tornado público esta quinta-feira (05) em Maputo, pelo Ministro dos Recursos Minerais e Energias, Carlos Zacarias, após a audiência concedida pelo Presidente da República à Direcção da Vulkan.
A Vale, de capitais brasileiros, vendeu à Vulkan, de origem indiana, a sua mina de carvão de Moatize e seus activos no Corredor Logístico de Nacala, em finais de Dezembro passado, por 270 milhões de USD. Desse negócio, a Autoridade Tributária de Moçambique calculou que o Estado deve embolsar 20 milhões de USD em mais-valias
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“As mais-valias foram fixadas em 20 milhões de USD. No entanto, decorrem conversações entre a Autoridade Tributária, o vendedor e o comprador para a determinação do valor real, mas até ao momento foram confirmados 20 milhões de USD”, afirmou Zacarias.
Na audiência, a Direcção da Vulkan apresentou-se ao Chefe do Estado como novo operador da mina de Moatize e do Corredor Logístico de Nacala. De acordo com o Ministro do pelouro, a Vulkan reafirmou, na ocasião, o seu compromisso em continuar com as operações e em novos investimentos para o melhoramento de todas as operações.
Refira-se que as operações da Vale na mina de Moatize, província de Tete, centro do país, de onde escoava o carvão, duraram 15 anos. A pretensão da empresa de vender activos foi manifestada no início de 2021, com o objectivo de se focar na mineração de baixo carbono.
A empresa privada Vulkan é parte do Grupo Jindal, avaliado em cerca de 20 biliões de USD, a preços de mercado, que também opera em Moçambique há vários anos, concretamente na mina de Chirodzi, no distrito de Marara, igualmente na província de Tete. (E. Chilingue)